Com o verão se aproximando e em plena pandemia do coronavírus, o carioca que depende do transporte público deve começar a se preparar para enfrentar a estação mais quente do ano sem ar-condicionado nos ônibus. Isso porque, para diminuir as chances de contaminação pelo novo coronavírus no interior dos coletivos, os ônibus do Rio de Janeiro devem manter as janelas abertas e ar-condicionados desligados mesmo com as altas temperaturas.
A medida da Secretaria Municipal de Transporte (SMTR) tem como base a resolução 42 do próprio órgão, publicado no Diário Oficial do dia 25 de junho, que determinou medidas para a circulação segura dos ônibus. As regras foram estabelecidas para adequar o transporte público ao Plano de Retomada da Cidade do Rio de Janeiro em função dos impactos da pandemia de Covid-19.
A recomendação para que os coletivos utilizem janelas abertas no lugar dos aparelhos de ar condicionado deve durar toda a pandemia do novo coronavírus. Além das janelas, os alçapões também devem permanecer abertos.
O vice- presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), José Carlos Sacramento concorda que, neste momento de pandemia, os ônibus devem circular com as janelas abertas, mas ressalta que a autorização dada às empresas para que transportem passageiros em pé torna a medida ineficiente. Segundo ele, o sindicato apoia que os ônibus estejam com janelas abertas e somente com passageiros sentados.
Já o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, reclama da falta de fiscalização por parte do poder público. Segundo a assessoria de imprensa dos sindicatos, 139 motoristas e cobradores se infectaram desde o início da pandemia de Covid-19 – desses, 41 morreram.
Há veículos, no entanto, que possuem as janelas vedadas, o que leva à utilização do ar-condicionado. Este é o caso dos trens e metrôs. Nesses casos, a SMTR afirma que os sistemas de refrigeração deverão estar limpos.
No MetrôRio, as janelas dos vagões são vedadas, então é “tecnicamente inviável retirar os equipamentos de ar-condicionado”. Segundo a concessionária, a filtragem e a troca do ar que circula nos trens são feitas pelos aparelhos.
A SuperVia explicou ao Jornal Extra que segue um cronograma regular de manutenção do ar-condicionado, intensificado durante a pandemia. Segundo a concessionária, não há determinações do governo para a circulação de trens sem refrigeração e com janelas abertas e isso não seria recomendável por questões técnicas e de segurança.
