Como se já não bastasse o aumento do IPTU e o altíssimo custo de vida no Rio, o Prefeito Marcelo Crivella e as empresas de ônibus que atuam no Município fecharam um acordo que é de pai para filhos: O serviço deverá ficar pior, mas o preço da passagem para o cidadão vai aumentar. E muito acima da inflação.
A climatização plena da frota, que era prevista para 2016, demorará mais e só deve ser completa, teoricamente, em 2020. Os veículos serão mais velhos, podendo circular com até 9 anos de uso, 1 ano a mais do que o limite atual. Enquanto isso, o preço subirá 11%, de R$ 3,60 para R$ 3,95, o que significa um aumento 3,7 vezes maior do que a inflação medida em 2017, que foi de 2,95%. As empresas de ônibus terão um acréscimo praticamente imediato de receita de aproximadamente R$ 30 milhões, mas não há previsão de punição, por exemplo, caso a instalação de ar condicionado não ocorra dentro do prazo determinado no acordo.
É lamentável ver que, em uma época de grave crise, mais uma vez a população terá dinheiro saindo do bolso, mas não verá melhora no serviço. Continuamos com um sistema desconfortável, inseguro, com frequência irregular e na maioria das vezes sem o tão prometido ar condicionado.
O cidadão que pega 2 ônibus por dia passará a gastar em torno de 20 reais a mais por mês, 240 reais em um ano. São 1000 reais no caso de uma família com 4 pessoas. Para piorar a situação, está previsto um novo reajuste em janeiro de 2019, que deve elevar ainda mais o preço cobrado do usuário do transporte coletivo carioca, que convive diariamente com linhas que desaparecem, carros caindo aos pedaços, problemas causados pela falta de manutenção e longas esperas nos pontos de parada, especialmente no subúrbio.
Trata-se de mais uma decisão questionável e sem boas justificativas da gestão de Crivella, que está se especializando em situações polêmicas, determinações confusas e administração desordenada. O Prefeito que prometia cuidar das pessoas preferiu não abrir a caixa preta dos preços das passagens e está apoiando um aumento abusivo, onde não conhecemos as justificativas do alto valor. O resultado é termos o cidadão pagando uma passagem mais cara por um transporte pior e a Prefeitura assinando embaixo desta contradição. Faz sentido?