Na manhã desta terça-feira (26/11), a Polícia Civil do Rio realizou uma grande operação para desarticular uma quadrilha que utiliza uma rede de farmácias de fachada para lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas, controladas pela milícia Liga da Justiça. A operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos envolvidos, principalmente na Zona Oeste. Um deles foi em um condomínio de luxo na Estrada da Cachamorra, em Campo Grande.
As investigações apontam que a rede Cumani foi usada para ocultar recursos obtidos através de práticas ilícitas, contando com o apoio de laranjas e da influência da milícia para evitar a fiscalização e consolidar o esquema criminoso. Segundo a polícia, a análise de documentos de inteligência financeira revelou fortes vínculos entre os empresários e os milicianos.
De acordo com as investigações, a quadrilha tem utilizado “laranjas” — pessoas sem capacidade financeira para manter tais negócios — para abrir filiais de farmácias. As empresas têm servido como fachada para a lavagem de milhões de reais, provenientes da atividade criminosa, principalmente da milícia. As operações em várias unidades da rede, inclusive, chamaram a atenção das autoridades pela grande discrepância entre o valor movimentado e o porte das farmácias.
O delegado Renan Mello, da Delegacia de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), em entrevista à TV Globo, explicou que a utilização de laranjas e a repressão a fiscalizações são alguns dos aspectos que caracterizam a organização criminosa. “O que chamou a atenção foi a utilização de laranjas, pessoas que não têm a menor capacidade financeira para ostentar esse tipo de sociedade, além de relatos de funcionários de conselhos de fiscalização, como o Conselho Regional de Farmácia, que sofreram ameaças de milicianos durante fiscalizações nas unidades da rede”, afirmou o delegado.
De 2019 a 2023, os investigados movimentaram aproximadamente R$50 milhões, um valor significativamente superior ao que seria esperado para o porte das farmácias envolvidas. A investigação também revelou que a quadrilha intimida autoridades fiscais para garantir a continuidade do esquema, dificultando a atuação de órgãos de controle.
Em nota, a rede de farmácias Cumani repudiou as acusações que, segundo o grupo, são infundadas e difamatórias. O comunicado esclarece que não há acusações formais contra o Grupo Cumani ou seus diretores. Diz, ainda, que nenhum membro da direção foi chamado para depor e que não existem evidências concretas que embasem tais alegações. “Essas acusações são fruto de especulações e investigações sem comprovação, que prejudicam nossa reputação e honra”, diz trecho do comunicado.
É, a CUMANI se alastrou rapidamente de uma forma impressionante! É um sucesso!