Operação Torniquete prende 11 bandidos de quadrilha que vendia peças de veículos roubados

Segundo a Polícia Civil, os criminosos movimentaram mais de R$ 30 milhões em um ano, sem que os possuírem lastro financeiro para tal

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Peças de carros "desmanchados" à venda - Divulgação

Onze criminosos foram presos por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) durante mais uma etapa da Operação Torniquete realizada, nesta terça-feira (15), em vários pontos do Rio de Janeiro e fora do Estado. Os detidos integram uma quadrilha especializada em roubos e furtos de veículos que, uma vez desmanchados, tinham as suas peças vendidas. As equipes foram às ruas na capital fluminense, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense; em São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Bahia.

A Torniquete tem como objetivo a repressão a roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos. A atuação desta terça-feira integra a segunda fase da Operação, que ultrapassou 100 pessoas capturadas. Ao todo, as autoridades fluminenses prenderam 106 bandidos, em 35 dias.

Durante uma entrevista coletiva na Cidade da Polícia, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, ressaltou que, acima de tudo, a Torniquete é um trabalho de inteligência, investigações e operações, que avançará sobre a lavagem de dinheiro, lideranças das facções criminosas e beneficiários desse esquema.

“Muito mais do que ações de repressão qualificada, a Torniquete inclui trabalho de inteligência, investigações e operações, como a de hoje. Essa é a primeira de muitas operações deste tipo. Muitas outras estão sendo planejadas, inclusive mirando a lavagem de dinheiro de lideranças das facções criminosas e de todos os beneficiários desse esquema”, disse o secretário de Polícia Civil fluminense.

O delegado Curi, também disse durante a entrevista, que 80% dos roubos de veículos e 90% dos roubos de cargas são praticados por facções criminosas que usam as favelas onde operam para planejar ataques, esconder suas lideranças e levar os bens roubados e furtados.

As investigações das Forças de Segurança do Rio evidenciaram a existência de uma complexa rede envolvida nos crimes. Após as investigações, os policiais chegaram à quadrilha, que era chefiada por Geonário Fernandes Pereira Moreno, o “Genaro”, já falecido. O grupo é responsável por roubos ou furtos de, aproximadamente, 80 veículos semanalmente, para comercialização de suas peças e acessórios.

Uma vez sob a posse dos ladrões, os automóveis são levados para as favelas da Guacha, Gogó da Ema e Santa Tereza, em Belford Roxo – todas dominadas pela facção criminosa que era liderada por “Genaro”. Nesses locais, os veículos são desmontados, e as peças armazenadas em depósitos alugados em nomes de laranjas. Depois, o material é enviado para São Paulo, de onde segue para Goiás, Santa Catarina e Bahia, Estados no quais as peças são vendidas por ferros-velhos e lojas de auto-peças, abastecendo o mercado clandestino.

Segundo a Polícia Civil, os criminosos movimentaram mais de R$ 30 milhões em um ano, sem possuírem lastro financeiro para tal. Os crimes praticados pela quadrilha impactam consideravelmente o índice de roubo de veículos do Estado do Rio.

“Hoje, a Polícia Civil desarticulou uma das principais organizações criminosas especializadas no roubo de veículos, ligada a uma das principais facções criminosas que atuam no estado. Esse foi um duro golpe para este grupo”, comentou o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, delegado Moysés Santana.

Ainda há integrantes do esquema foragidos da Justiça, mas a Polícia do Rio segue em diligências para localizar e prender os bandidos.

Também participaram da ação: agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte).

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