Operadora de Fibra ótica arrebenta calçada ilegalmente, no Centro

Operários despreparados arrebentam as calçadas em pedra portuguesa sem saber recompô-las, deixando um rastro de destruição numa das ruas mais movimentadas do Centro, prejudicando o comércio justo no momento em que começa a reagir

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A destruição do calçamento da Rua da Assembléia vêm sendo empreendida pela Claro, empresa de telefonia, sem qualquer licença

Os frequentadores da Rua da Assembléia amanheceram o dia e ontem (16/01) com a calçada junto à rua do Carmo, e até a rua da Quitanda totalmente destruída. No local, arremedos de faixas e cones quebrados servem de “isolamento” enquanto operários sem uniforme algum, e sem equipamentos de segurança se esforçam para cavar buracos de qualquer jeito, para passar fiação e cabos de telefonia, sob o comando da operadora Net / Claro. A informação de que a operadora é a responsável foi obtida pelo DIÁRIO na Prefeitura, tendo em vista que sequer há placa de obra no local. O prejuízo à mobilidade e ao comércio da região foi imediato, segundo frequentadores do local.

Uma tremenda confusão, com areia de obra para todo lado, inviabiliza o comércio na região, enquanto o quebra-quebra da operadora de telefonia avança, com desprezo à lei e às posturas municipais. Comerciantes da região – as crateras abertas de qualquer jeito sequer são fechadas direito, os operários jogam as pedras portuguesas de forma desordenada no buraco – disseram ao DIÁRIO que tiveram queda no faturamento, devido à obra que, segundo a Prefeitura, é totalmente irregular. Na frente da buraqueira clandestina aberta pela Claro, funcionam uma Starbucks, um restaurante de Galetos tradicional – o Príncipe dos Galetos, três prédios comerciais, uma franquia nova da Cheirin Bão e uma loja de roupas, a Bentha.

Para Adriano Nascimento, sub-síndico do edifício Villela Monteiro, que funciona na rua da Assembléia 40, o caos está formado: “eles quebraram tudo, e tapam os buracos nas pedras portuguesas sem encaixar as pedras direito, depois solta tudo e quem termina multado somos nós“. Além disso, as calçadas têm desenhos em preto, branco e vermelho, destruídos pela imperícia dos operários contratados, que não têm know-how de calceteiros. “O resultado é que a calçada ficou toda desnivelada, esburacada, destruída, praticamente irrecuperável, e somos nós que vamos ter que pagar o pato, porque a prefeitura diz que só pode multar a Claro e a empreiteira pela ilegalidade. Só que nem placa de Obra tem. Deixa um cidadão comum fazer uma obra sem placa e ver no que dá…“, dispara. Para Heloisa Barboza, de 86 anos, que freqüenta o Starbucks, a obra, além de irregular, é um desafio à mobilidade urbana: “não dá pra andar, na minha idade, uma calçada regular é mais que um luxo, é uma necessidade. E estou vendo que não sabem consertar, porque põem as pedrinhas em desalinho. Como pode um desmando desses?‘, indaga.

Procurada, a Secretaria Municipal de Conservação afirma que a obra não possui licença, e que multará a Claro, podendo inclusive as empresas “que executam o serviço ser descredenciadas como prestadoras de serviços” de obras em locais públicos.

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No dia seguinte do esburacamento da rua pelas imperitas mãos dos pedreiros da Claro, a emenda saiu pior que o soneto. Tudo foi recomposto de forma porca, com desenhos em desalinho, buracos, remendos mal-feitos e pedras colocadas em cores erradas e invertidas. Os buracos inviabilizam o uso da calçada em frente aos números 34, 36 e 40 da Assembléia, além de a estética ter sido totalmente comprometida. (fotos)

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