A segunda noite de desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial na Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro, não deixou nenhuma Escola consagrada como a campeã deste ano. São Clemente, Vila Isabel, Salgueiro, Unidos da Tijuca, Mocidade e Beija-Flor foram as últimas seis a desfilar neste ano. Expectativas frustradas na Unidos da Tijuca com Paulo Barros que precisa se reciclar, uma Mocidade que podia ter saído com o título, deixou faltar brilho e explorar mais Elza e uma Beija-flor ainda com muitas falhas em suas alegorias. São Clemente fez o melhor desfile de sua história, de uma leitura fácil, atual e simpática, cumpriu bem a missão de abrir a segunda noite. Vila Isabel, foi a grande surpresa da noite, o chão de Noel, deixou a azul e branca entre as favoritas. Já o Salgueiro, não explorou como deveria seu homenageado, o primeiro palhaço negro Benjamin de Oliviera.
Unidos do Viradouro, Portela, Vila Isabel e Mocidade vão brigar pelo título. Grande Rio, Salgueiro e Mangueira correm por fora. União da Ilha, Estácio e Unidos da Tijuca brigam para ficar no Grupo Especial, esse ano caem duas. No Grupo de Acesso A, a Imperatriz Leopoldinense fez o melhor desfile, aprendeu a lição e deverá retornar a elite do Carnaval carioca.
São Clemente
O erro de sempre aconteceu com a irreverente São Clemente. A Escola da Zona Sul não tem chão. As alas passavam na Avenida como se estivessem fazendo uma caminhada pelo calçadão de Copacabana. Enredo e samba super empolgantes, de leitura crítica, ácida e de fácil compreensão por dialogar com o atual momento do país. A escola passou simpática, divertiu as arquibancadas e o público que cantaria mais o samba se vissem os componentes fazendo o mesmo. No geral, foi o melhor desfile da São Clemente, digno de voltar no sábado das Campeãs. Mas infelizmente, a bandeira vai pesar com os jurados.
Vila Isabel
Foi o melhor desfile da noite! A Vila Isabel é uma Escola de comunidade, de muito chão e teve uma plástica perfeita. Um enredo de muitas dúvidas funcionou na Avenida, o samba pegou nas arquibancadas, fantasias bem resolvidas, alegorias impecáveis, até nos detalhes. Ala das baianas magnífica, evolução funcionou e Bateria do meste Macaco Branco foi um absurdo de bom. A Vila saiu da Avenida como uma das favoritas ao título.
Salgueiro
Alegorias, fantasias e plástica perfeita no desfile da vermelho e branco. O Salgueiro fez uma homenagem ao primeiro palhaço negro Benjamin de Oliviera, mas parecia uma homenagem ao circo e palhaços. Faltou mais Benjamin! Quem assistia, compreendia não tinha compreensão e o samba não empolgou. Deve perder alguns décimos em Evolução, devido alguns buracos formados entre as alas. Destaque para a última alegoria, onde a máscara branca dar lugar ao rosto negro.
Unidos da Tijuca
Em um julgamento sem o peso da bandeira, a Tijuca briga pela segunda vaga no rebaixamento. Um desfile com efeitos visuais conhecidos do carnavalesco Paulo Barros, que precisa se reciclar. Comissão de Frente com coreografia confusa e luzes de alguns bailarinos queimaram. Desnecessário dois Cristo Redentores e o elemento favela, faltou dentro da proposta do enredo de difícil compreensão na Avenida. Destaque para a Bateria Pura Cadência e o intérprete, Wantuir.
Mocidade Ind. Padre Miguel
Alegorias com falta de acabamento, cores escuras e pouco impacto, o carnavalesco Jack Vasconcelos não soube aproveitar e desenvolver na Avenida o enredo campeão do segundo dia, um gosto estético duvidoso. A Comissão de Frente foi a melhor da noite com apresentação bem teatral. Ala das Baianas lindíssimas e Bateria soube levar muito bem o melhor samba da noite, que foi bem cantando pelas Arquibancadas.
Beija-Flor de Nilópolis
Harmonia, evolução impecáveis e fantasias com o luxo característico da azul e branca de Nilópolis que através desse enredo, conseguiu voltar a fazer Carnaval de acordo com característica estética. Porém, um enredo de difícil leitura, carros alegóricos com falta de acabamento e a falta do tema do enredo (povo de rua) na Avenida. A Comissão de Frente com a alegoria, atrapalhou a visão do casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira que apesar disso, bailaram perfeitamente. Neguinho da Beija-Flor segurou o samba e arrepiava quando soltava uma gargalhada no refrão que citava Exu. A escola veio muito grande e o final do desfile teve que ser bem corrido.