Andar de bicicleta no Rio é um desafio. No discurso, é bonito ir de bike, pois alivia o trânsito, não polui, etc. Na prática, ser ciclista é ter que brigar contra tudo e todos. Abaixo, os cinco grandes inimigos dos usuários de bicicleta no Rio:
Os pedestres “peixes do Super Mario”
Sabe aquela fase do Super Mario 3 em que o personagem corre rente à água e vários peixinhos vão saltando, do nada, tentando atingi-lo? Com os pedestres e a ciclovia é a mesma coisa. Você está tranquilamente andando na sua bike e do nada… pimba! Surge um pedestre pronto para trombar com você. Eles vão surgindo sem critério, pulando na sua frente, e cabe ao ciclista desviar. Quando você tem que andar no trânsito é pior ainda, já que o carioca atravessa a rua de qualquer jeito. E se você atingir o pedestre-peixe já sabe de quem é a culpa, né? Sua, claro.
Ciclovias fantasmas (ou: o Estado contra você 1)
O conceito de ciclovia para a prefeitura do Rio é muito relativo. Pode ser uma via claramente destacada e em nível diferente, como na praia, uma via delineada apenas por faixas vermelhas ou… nada! Certas partes da “ciclovia” já perderam a sinalização e viraram apenas um pedaço de calçada normal. Cabe ao ciclista ser esperto o suficiente para saber onde se meteu a via, afinal… azar o dele que quis andar de bicicleta.
No meio do caminho havia uma pedra, um poste, uma árvore, um carro, enfim, a p… toda (ou: o Estado contra você 2)
Parece que há um concurso entre a prefeitura e os cidadãos para ver quem obstrui mais as ciclovias. Como se não bastasse elas terem sido construídas com postes e árvores no meio, algo muito inteligente, diga-se de passagem, as pessoas ainda usam o “espaço livre” para trafegar com carrocinhas de pipoca, de tapioca, carrinhos de mão e estacionar. Carros, caminhões de mudança e até grelhas de churrasco aproveitam aquele tímido espaço de asfalto ou calçada e se juntam aos pedestres-peixes como obstáculos ao Super Mario ciclista.
Motoristas “gentis, pero no mucho”
Os motoristas passam a vida reclamando do trânsito, certo? Então, deviam agradecer o cidadão que vai de bicicleta e coloca um carro a menos no caos. Deviam, mas na prática a bicicleta, por ser o veículo mais frágil, acaba entrando na base da cadeia alimentar do trânsito. A distância legal de 1,5 metro do carro para o ciclista não é respeitada e cabe ao usuário de bike zelar para desviar das fechadas e quase batidas. Ainda leva de brinde buzinadas e xingamentos pouco amorosos.
Bicicletários mágicos
Você vai numa festinha de criança e lá tem um mágico. Ele pega uma bola, cobre com um pano, fala palavras mágicas e… ela some! Assim ocorre com os bicicletários cariocas. Você deixa sua bike lá e quando volta: chazam! Não está mais. A diferença é que as palavras mágicas do desaparecimento provavelmente foram “corre que os homi tão chegando!!”