
Algumas obras entram para a história. Já mostramos várias aqui no DIÁRIO DO RIO. Essa é mais uma delas. A solução para um grave problema foi dada por jovens engenheiros que acabaram mudando a vida das pessoas que moravam no Rio de Janeiro no final do século XIX.
No verão de 1888, o Rio de Janeiro passou por uma seca que marcou para sempre as memórias do país. Na cidade que era capital do império, os termômetros chegaram a marcar 42 °C e a população sofria com o abastecimento irregular dos chafarizes. Uma obra precisava ser realizada para resolver o problema. Foi então que o engenheiro Paulo de Frontin entrou em cena.
Por conta da seca, o então imperador D. Pedro II se viu pressionado pela imprensa e população e promoveu a realização de um concurso para a escolha de um escritório de engenharia que realizasse novas obras de canalização. Paulo de Frontin, com apenas 29 anos de idade, foi a público dizer que resolveria o problema em seis dias.
Em disputa com empreiteiros do Governo Central, que prometeram a obra em seis meses, de Frontin, junto com o também engenheiro Belfort Roxo e alunos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, venceu a concorrência e começou os trabalhos.

Houve muito barulho e pressão política, mas o projeto foi realizado no prazo prometido. A água das cachoeiras do Rio Tinguá, na Serra do Comércio, na Baixada Fluminense, chegou à Represa do Barrelão, na cidade do Rio, canalizada em tubulação assentada à margem da linha da Estrada de Ferro Rio d´Ouro. O volume diário era de 16 milhões de litros.
Tempos depois, esse mesmo sistema foi ampliado e abasteceu durante muito tempo a capital do estado do Rio. Com o Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDA -RMRJ), elaborado pelo Eng. Jorge Paes Rios, para a CEDAE, estas captações foram destinadas apenas ao abastecimento da Baixada Fluminense.
Não à toa, Belfort Roxo e Paulo de Frontin se tornaram nomes de municípios do estado do Rio de Janeiro. Entraram para a história. Respectivamente Belford Roxo e Engenheiro Paulo de Frontin.