Os Oliveiras Tejos: Capítulo IV

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Com o passar dos anos, D. João é coroado, e uma magnífica festividade é deixada para algum tempo depois devido a morte de D. Maria. Após o luto real, a festa corre solta pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, é com muitos batuques e foguedos, o povo e a corte festejam o seu rei.

 

Durante os anos que se passam a casa Casa Oliveiras Tejo & Candeias passa a ser a mais conceituada, graças a fama que ganha por fornecer azeite a casa real. Candeias e D. Manuel trabalham em perfeita harmonia.

 

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Dona Mariana com ajuda da escrava Danda Yoba continua a fazer doces portugueses, começando a comercializar aos sábados os mesmos também na padaria do português Manuel Brejas.

 

Entre um doce e outro e uma distração, algo começa a se desenrolar na cozinha de Dona Mariana.

– Que doces maravilhosos.

Diz D. Manuel, olhando com desejo para Danda Yoba, que o retribui com um sorriso.

Dona Mariana, feliz com o elogio e não desconfiando do flerte de D. Manuel com a escrava, o abraça.

– Onde está nosso Malaquias.

 

Pergunta o português.

– Pelas ruas. Depois do Liceu, esse menino some.

 

Argumenta a mãe.

– Ouvi dizer sinhá, que ele anda com D. Pedro.

 

Avisa Yoba.

– Deus! Criei um filho tão bem, para está pelas ruas com um mulherengo.

 

Diz Mariana com a mão na cabeça.

– Fique tranqüila minha senhora.

 

– Estando em companhia de um membro da família real, ele estará seguro.

Diz D. Manuel roubando um docinho do céu, e levando um tapa na mão dado pela esposa.

 

– Ai…. ai…

– Esses doces não são para você. São para casa do Conde dos Arcos.

Diz Dona Mariana sorrindo, e dando mais um doce na boca do esposo.

 

Com Malaquias já um rapaz, o mesmo ingressa na Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia e instalada no Hospital Militar do Morro do Castelo. Com muito orgulho os Oliveiras Tejo vêem o seu pequeno um homem, e estudando os ofícios da vida, para curar e honra mais o nome da família.

 

Com Portugal não mais sob as ameaçada de Napoleão. A família real resolve voltar a terras lusitanas, para graças de Carlota Joaquina, que apesar das aventuras em terras locais, jamais gostara de viver naquele território quente tropical. Tanto que antes da partida, ela dar uma pomposa festa na Quinta, que dizem muitos era uma comemoração por se livrar daquela terra que tanto abominava. Uma festa que teve seus desdobramento, enquanto D. João também dava suas últimas escapadas.

 

Mas o fato que ecoava na cidade mesmo não era as festas de despedida da família real, mas sim o bravo ato do jovem D. Pedro em fazer o Fico. Isso sob o pedido de 8 mil assinaturas que pediam ao jovem príncipe que aqui ficasse.

– Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.

 

E foi com o Fico, que os Oliveiras Tejo também tomaram a decisão por pedidos de Malaquias de não mais retornar a sede antiga do reino.

 

Meses depois em terras paulistas, o jovem Pedro declara a independência do Brasil.

 

E para orgulho da família Oliveiras Tejo, na viagem em que D. Pedro deu o grito do Ipiranga em terras paulistas, estava o jovem filho estudante de medicina.

 

O Rio se tornava a sede de fato de um reino, não mais provisório.

 

– Conversei com D. Pedro, aqui teremos muitas possibilidades. Podemos expandi nossos negócios para as terras de Minas Gerais, e também para os campos da cidade de São Paulo.

 

Conversava doutor Malaquias, na mesa de jantar junto com a família e com a família amiga de Camargo Candeias que ainda viviam no mesmo prédio, apesar da prosperidade dos negócios.

 

Danda Yoba depois de ter dado a luz um menino, continua a conviver com a família e a fazer doces com Dona Mariana. Porém uma fato acontece.

– Ele é seu filho, vou querer que ele seja doutor igual a Malaquias.

 

Diz Danda Yoba, com as mãos nas cadeiras.

– Tu estas loucas, vou manda-lhe a rua escrava mal criada.

 

Diz D. Manuel, quase em voz de cochicho.

– Vas nada.

 

Diz a escrava com sotaque português de deboche.

– Aqui nessa barriga vai nascer outro Oliveiras Tejo.

 

– Nunca! Nunca!

 

Excede-se D. Manuel, sendo flagrado pela esposa.

– Manuel, Manuel! Tu trazes a desgraça a nossa família. Mancha nossa honra com uma cozinheira.

 

– Eu posso explica.

 

Diz D. Manuel sem saber o que dizer. E observando Danda Yoba o olhando com satisfação por Dona Mariana ter descoberto naquele instante aquele adultério.

 

Os meses se passariam, e a barriga de Danda cada vez mais crescia. Dona Mariana como castigo ao esposo, reluta em mandar a negra embora de casa, tem com ela uma relação profissional.

 

D. Manuel, é que nesses nove meses não se sente bem. Passa por crises de depressão, fica doente, mas assim que a criança nasce volta a melhorar, fruto de um acordo com Danda Yoba, que leva o recém nascido embora da casa, com a condição de ajuda que teria daquela família.

 

Os anos se passam, as magoas são deixadas de lado. Malaquias resolve se especializar na Europa, deixando o pai e a mãe no Rio.

 

Os negócios da família seguem com sucesso, logo a Casa Oliveiras Tejo & Candeias abriria mais uma filial na cidade, também localizada nas ruas do centro. Alias Camargo e Oliveiras Tejo se dividiam para supervisionar os funcionários, na sua maioria, mestiços.

 

Apesar do incidente com a negra Danda Yoba, Dona Mariana, por interferência do filho passa a ter um espírito abolicionista.

 

E os anos se passam, trazendo a maturidade em forma de traços da idade.

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