Pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), vinculado à Rede Ebserh, estão utilizando uma nova ferramenta terapêutica: óculos de realidade virtual. A tecnologia, introduzida como um recurso para promover reabilitação física e cognitiva, também é utilizada para melhorar o bem-estar emocional dos pacientes e até para ajudar no controle da dor.
Segundo o fisioterapeuta Bruno Soares, responsável pela implementação da terapia, a realidade virtual pode ser ativa, com atividades que envolvem o paciente em exercícios interativos (como a gameterapia), ou passiva, onde o paciente assiste a vídeos relaxantes. “Esse recurso contribui para engajar o paciente na terapia e, ainda, com o papel disruptivo de tirar esse paciente do ambiente hospitalar e trazê-lo para um ambiente onde ele se sinta mais confortável,” explica Soares.
A equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, avalia os pacientes para determinar as necessidades específicas de cada um. De acordo com o gerente de ensino e pesquisa do Huap-UFF/Ebserh, Beni Olei, “Enxergamos inúmeras possibilidades de uso, e o esforço agora tem sido concentrado em proporcionar uma experiência que ajude a enfrentar as dificuldades de uma internação prolongada. Paralelamente, estamos desenvolvendo conteúdo com unidades acadêmicas para que essas ferramentas também sejam incorporadas no ensino e na assistência”.
Iniciado em outubro, o projeto pretende expandir o uso da realidade virtual para outras unidades do hospital.
Realidade Virtual no Hospital Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio)
No Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), também parte da Rede Ebserh, um projeto de pesquisa de dois alunos introduziu a realidade virtual para pacientes acamados, com atividades que ocorrem regularmente desde 2021. Com o crescimento da demanda, o hospital agora mantém um cronograma que atende de dois a três pacientes semanalmente.
Cada sessão dura cerca de 30 minutos e inclui uma introdução ao uso dos óculos de realidade virtual, preenchimento de questionários para validação da pesquisa, e uma experiência virtual de cinco a dez minutos. Os pacientes são selecionados com base em indicações de profissionais e buscas ativas dos próprios pesquisadores.