Paço Imperal promove roda de conversa com artista carioca e lança catálogo da exposição

A mostra de Vitória Taborda, que ganhará catálogo, apresenta 141 obras inéditas que reconfiguram esteticamente elementos existentes na fauna e na flora

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Foto: Vicente de Mello

No dia 19 de agosto, às 12h, será realizada uma conversa, gratuita e aberta ao público, com a artista Vitória Taborda e a curadora Vera Beatriz Siqueira sobre a exposição “Aparências” que estará em cartaz até o dia 20 de agosto no Paço Imperial, no Centro do Rio. Na ocasião também será lançado o catálogo da exposição, em formato impresso e e-book, com 220 páginas, imagens de todas as obras expostas e vistas da exposição, com textos de Vera Beatriz Siqueira e Olívia Maria Gomes da Cunha.

A mostra marca o reencontro da artista carioca com sua cidade natal, após um longo período morando em Nova York, nos EUA. Foi no Rio de Janeiro onde ela fez toda a sua formação em arte contemporânea, tendo sido integrante da chamada Geração 80. São apresentadas 141 obras inéditas, pertencentes a três séries entre elas “Animale Insectum”, “Paisagismo” e “Ovo Duro” produzidas desde 2016 até hoje, nas quais a artista reconfigura esteticamente elementos existentes na natureza, criando obras ao mesmo tempo semelhantes e diferentes da nossa fauna e flora.

E todos os trabalhos se apropriam de elementos retirados da natureza, que são reconfigurados e ressignificados. “É um trabalho puramente estético, mimicando a natureza e a sua resistência a interpretações intelectuais, a despeito de nossas incessantes tentativas. Tenho interesse na geometria, cores e formas encontradas na natureza, como padrões/vocabulário pré-existentes. Gosto também de forma antes de função” afirma a artista.

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A pesquisa para estes novos trabalhos começou a partir da mudança da artista para a Região Serrana do Rio de Janeiro. “Moro numa casa no meio da Mata Atlântica, que tem uma enormidade de asas, patinhas e partes de insetos variados. Fui reconfigurando-os dentro de uma estrutura correta do inseto em termos de número de patas, asas, etc, mas seguindo uma estética de acordo com o meu olhar. E seguindo esta mesma noção, fiz o mesmo com as plantas, colhendo galhos, folhas secas e outras” conta a artista.

Séries em Exposição

“Animale Insectum”

Inspirada pelo significado em latim da palavra “insectum” que significa “cortar em partes” esta série é composta por 99 trabalhos nos quais a artista cria novos insetos a partir de partes de insetos existentes na natureza, tendo sempre uma preocupação estética. “O artista anseia por criar trabalhos únicos que desafiem classificações pré-existentes, em busca de melhor compreensão de nossa existência. O cientista também anseia em descobrir algo ainda escondido, seja um novo fenômeno ou um sistema sem precedentes, para melhor compreender o mundo existente. Desta forma, este trabalho é um diálogo entre ciência e arte, suas simetrias e semelhantes buscas”, afirma a artista.

Em alguns destes trabalhos chamados “mimetismo” (fenômeno no qual animais e plantas imitam o padrão de coloração ou o comportamento de outro organismo como forma de proteção), a artista coloca os insetos sobre pinturas geométricas, feitas por ela, como se estivesse mimetizando a pintura como estratégia de sobrevivência.

Em pequenos formatos, medindo 15 cm X 10 cm e 15 cm X 22 cm, os trabalhos são apresentados dentro de caixas de coleções entomológicas, assemelhando-se à classificação biológica feita pela ciência. Estima-se que existam cerca de seis milhões de insetos no planeta, mas somente um milhão foi classificado até agora.

“Paisagismo”

Seguindo a mesma linha dos insetos, nesta série composta por 15 obras, Vitória Taborda cria trabalhos a partir de galhos, troncos e folhas secas.

“São o resultado do trabalho cuidadoso de selecionar e modelar os galhos finos recolhidos depois que caem. São também dendrogramas, representações esquemáticas e suavemente nostálgicas de árvores ausentes. E são ainda projetos, planos fabulosos de podas geométricas, de controle da neve, de casas fantásticas a serem mobiliadas por nossa imaginação. Apontam, assim, para o futuro de uma realização mágica, mas também recendem a melancolia de uma realidade que não existe mais” afirma a curadora Vera Beatriz Siqueira.

“Ovo Duro”

Esta série é composta por 27 obras feitas com ovos de galinha brancos e azuis, unindo-os, criando novas formas. “Este projeto trabalha com a desconstrução da estrutura do ovo, um objeto percebido e compreendido universalmente, não só pelo seu formato como também pela consistência, informações que são imediatamente decodificadas” diz a artista.

“Vitória cuidadosamente desconstrói, esvaziando-os, recortando-os, colando-os uns aos outros. As configurações que alcança falam de uma nova unidade, mas também de coisas inevitavelmente partidas. São outros seres segmentados que recolocam a temporalidade simultaneamente passada e futura no agora da arte” completa a curadora.

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