“Um compromisso com o Rio de Janeiro é um compromisso com o Brasil”. Essa foi a reflexão que predominou no Pacto pelo Rio, evento que reuniu no auditório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta última sexta-feira (23), representantes dos três Poderes, iniciativa privada e especialistas, com o propósito de estimular uma agenda de transformação no estado. O saneamento básico, que avançou em território fluminense conforme mostrou o Censo 2022, foi um dos assuntos abordados durante um dos encontros.
O seminário, uma iniciativa conjunta da FGV Conhecimento e do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), com apoio da Aegea, Fórum de Integração Brasil Europa (Fibe), Rede Globo e Universidade de Columbia, dos EUA, se debruçou sobre questões que afetam diretamente a população do Rio, como a segurança pública e a falta de infraestrutura.
Durante o painel sobre este último tema, o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, destacou o impacto positivo dos investimentos nos últimos dois anos de operação da concessionária, na ordem de R$ 2,1 bilhões, que adicionaram à infraestrutura do estado quase mil quilômetros de novas redes de água.
“Esse trabalho que fizemos na recuperação e ampliação do sistema de abastecimento levou água tratada para quase 300 mil pessoas que não tinham esse direito básico ”, disse.
Ainda segundo ele, além da injeção de recursos no setor do saneamento, a empresa ainda contribui com o desenvolvimento econômico e social no estado, por meio do repasse aos governos.
“Até aqui, já pagamos R$ 12,3 bilhões ao estado, de um valor fixo de 15,4 bilhões em outorga, e quase R$ 300 milhões aos municípios onde atuamos, o que dá capacidade de investimento aos governos para suas áreas primordiais”, finalizou.
No mesmo painel, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, falou sobre o papel do banco como um dos principais financiadores de projetos de infraestrutura, que, com um corpo técnico de experiência renomada, injeta recursos nas áreas de portos, energia e saneamento básico.
“Nos últimos 20 anos, o BNDES financiou quase 2 mil projetos de infraestrutura, totalizando mais de R$ 1 trilhão em investimentos. O banco desempenha papel crucial no desenvolvimento do país, especialmente em setores como energia renovável e saneamento básico. O técnico do banco tem uma carreira de décadas e um conhecimento que vale ouro para um país como o Brasil”.
Outro convidado ao debate, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), em sua fala sobre legislação em prol do desenvolvimento da infraestrutura brasileira, destacou estar previsto, em 2024, um investimento no setor na ordem de R$ 215 bilhões em todo o país.
“Desses, 65% são da iniciativa privada e 35% de investimento público. Abrindo esses números, temos quase 40% em energia e 15% em saneamento, valor muito maior do que já foi no passado. Atribuo isso ao avanço que tivemos em Brasília com o novo Marco do Saneamento. Além disso, outro fator que impactou é a lei que criou as debêntures de infraestrutura. Ela acabou de ser sancionada pelo presidente Lula, que também estimula o acesso a crédito em investimentos em infraestrutura”, afirmou.
Também participou do painel o CEO da Light, Alexandre Nogueira. Na abertura do Pacto, ainda estiveram presentes o governador Cláudio Castro (PL), o prefeito Eduardo Paes (PSD), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho (MDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).