Localizado na região central do Rio de Janeiro, o Palácio Maçônico do Lavradio, construído em 1830, será aberto à visitação do público a partir de março. O prédio foi tombado em 1972 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) devido à relevância histórica da maçonaria durante o período imperial brasileiro.
Na manhã deste domingo (09/01), inclusive, quando se comemora 200 anos do famoso ”Dia do Fico”, em que Dom Pedro I comunicou que permaneceria no Brasil em vez de retornar a Portugal, houve um evento em frente ao palacete para celebrar a data e relembrar a relação maçônica com os acontecimentos históricos do país.
A princípio, o imóvel seria uma escola cultural de atividades como dança e teatro. No entanto, devido à falta de condições financeiras do então proprietário, alguns maçons da época de sua construção se juntaram e compraram o prédio, que passou a ser utilizado como sede de reuniões semanais ou quinzenais dos maçons. Posteriormente, de 1842 a 1978, o casarão sediou o Grande Oriente do Brasil, considerada a mais antiga Potência Maçônica brasileira (associação de Lojas Maçônicas, também chamada de Obediência Maçônica).
O palacete é composto por 11 salas e 10 templos, incluindo a Sala do Conselho e o Templo Nobre. Dentro do local, além de quadros de personagens históricos ligados à maçonaria, como Dom Pedro I e José Bonifácio, por exemplo, há uma cadeira que teria sido ofertada como trono ao filho do rei João VI. Porém, não há registros de que o monarca chegou a utilizá-la.
Paralelamente, há também uma mesa que foi usada nos primeiros 3 encontros de ministros, todos maçons, assim que o Brasil se tornou uma República. Alguns relatos dizem que nesta mesma mesa o primeiro imperador esteve com outras figuras da época para a definição do Dia do Fico.
Atualmente no Rio de Janeiro há cerca de 7,5 mil maçons. No espaço na Rua do Lavradio, hoje em dia, na Sala do Conselho ocorrem as reuniões do alto escalação do Palácio Maçônico. Já nas lojas são realizadas as reuniões dos associados.
”A maçonaria mudou muito em vista do que era antes. Há tradições que são tradições e não devem mudar, mas outras poderão ser revistas, sim. A sociedade se transforma e a Maçonaria também, dentro do pensamento da instituição”, diz Aildo Virginio Carolino, grão-mestre do Grande Oriente do Estado do RJ.