Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que quase 50 mil domésticas perderam o emprego no Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19.
Os dados mostram que entre outubro e dezembro de 2019, o RJ tinha 144 mil empregadas de carteira assinada. Nesse mesmo período em 2020, eram 101 mil empregos, o que representa 43 mil demissões, ou uma queda de 29%.
Entre as domésticas informais, a queda foi de 24%: o número caiu de 383 mil para 291 mil trabalhadores.
Ao portal G1, o economista Marcelo Néri explica que todo o setor de serviços foi bastante afetado.
“Aqueles que conseguiram se manter ocupados mudaram de emprego, coisa que as empregas domésticas não conseguem fazer. As domésticas não são só o segmento mais pobre do mercado de trabalho. É um segmento que não tem proteção social, invisível aos olhos das políticas públicas”, afirmou.
Moradora de Itaboraí, na região metropolita do Rio, a empregada doméstica Elisângela Neves, conta como tem foi difícil enfrentar o último ano sem poder trabalhar, ela foi demitida no início da pandemia.
“Tenho dois filhos e, as vezes, não tenho o que dar de comer para eles; estamos sobrevivendo graças a vizinhos que tem nos ajudado. Não está fácil porque ninguém quer contratar nesse período de crise“, lamentou.