Mas quanto tempo o tempo tem? A ansiedade aumenta na mesma velocidade que a tecnologia e as intermináveis informações aceleram. São vários e-mails por dia, redes sociais diversas, notícias o tempo todo pipocando em qualquer lugar. Essa reflexão me veio com mais força a partir do que vi no filme “Quanto Tempo o Tempo Tem” de Adriana L. Dutra. O documentário traz vários especialistas de áreas distintas: monges, cientistas, cineastas, jornalistas, psiquiatras, poetas.
O budismo e práticas como a meditação procuram ensinar uma coisa que parece a cada dia mais impossível: viver no momento presente. Agora temos uma pandemia que faz com que, mais do que nunca, o tempo se torne algo relativo e o futuro parece mais incógnito do que sempre foi, o que amplia a ansiedade e as doenças que advém dela. A finitude da vida e saber dela é uma das coisas que nos faz seres humanos. Ao mesmo tempo que acaba por gerar ansiedade e engaiolar num ciclo vicioso.
Ainda por cima, há o celular, uma nova parte do corpo e uma ferramenta eficiente para nos dispersar. Vemos telas por todos os lados, fragmentando-nos e anestesiando nossas mentes de formas que nem entendemos. As opções se multiplicam e a rapidez faz com que tudo seja cada vez mais efêmero. No tempo livre estamos produzindo conteúdo para a internet e as novas redes que surgem e nos prendem dizendo-se sociais e nos desassociando de outras coisas mais importantes, inclusive nossos entes queridos.
“O segredo para a saúde da mente e do corpo reside em não lamentar o passado, não se preocupar com o futuro, não antecipar os problemas e viver conscientemente o presente”, disse Buda.
Estamos vivendo mais. A expectativa de vida segue aumentando. As previsões são que num futuro próximo estaremos conectados de formas ainda mais simbióticas com as tecnologias. Porém, enquanto isso, o que você está fazendo com essa preciosidade que você tem, o tempo? Como seu instante está sendo aproveitado? Medite.
Deveras interessante e perturbador. Mas, nós seguimos encaixando os procedimentos conforme as necessidades. E seguimos o caminho.
Perfeita colocação, Pedro. Gratidão pelo comentário!