Papo de Talarico: Os pescadores de pecadores

Numa jornada audiovisual, as escolhas de um jornalista cultural

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Os pescadores de pecados e The Chosen
Mureta do Leme (foto: Alvaro Tallarico)

Com a onda dos streamings, assistir séries virou moda e caiu nas graças do povão. Antigamente, as novelas dominavam; hoje, perderam espaço. Não ando vendo muitas (séries ou novelas), pois é algo que demanda bastante tempo. E, o que é mais valoroso do que nosso tempo? Sendo assim, me contento em ver filmes, dos quais a maior parte são a trabalho. Porém, há pouco tempo comecei a ouvir falar sobre uma série recente que foi custeada através de crowdfunding, ou seja, financiamento coletivo, a famosa vaquinha.

No caso, essa série que comento bateu o recorde de maior crowdfunding de projeto de mídia da história. Mais de 19 mil pessoas ajudaram e assim conseguiram ultrapassar a marca de 10 milhões de dólares para custear a primeira temporada. O nome dela? “The Chosen”, os escolhidos, traduzindo ao pé da letra.

Logicamente, como jornalista cultural, fiquei curioso, ainda mais quando soube a temática, a história de Jesus e seus seguidores. Há muitos filmes por aí, mas série? O receio ficou falando no meu ouvido, como um diabinho: “não assiste que deve ser ruim, perda de tempo”. Por outro lado, algo mais sutil estimulava minha curiosidade, uma sensação. Então, comecei a ver numa noite qualquer, antes de dormir. O primeiro episódio trazia algo com jeito de sobrenatural, mas sem exageros, com um elenco afiado, boas atuações, direção de arte competente e um final emocionante. Meus olhos se encheram de água. Fui fisgado.

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No dia seguinte, vi o próximo. Será que manteriam a qualidade? Sim. Mantiveram, e elevaram. Personagens reais, pessoas comuns. Pecadores e pescadores. Em verdade, é sobre pescadores de pecadores.

Uma das coisas mais interessantes é ver um Jesus fora daquele desenho europeu, mas sim como um judeu da época, traços de Oriente Médio, bem mais realista. Com olhar bondoso e paciência, Jesus vai jogando sua rede, juntando pessoas e ensinando através de metáforas e bons exemplos.

O melhor é que a série é gratuita. Pode baixar no celular o aplicativo gratuito e ver todos os episódios, ou mesmo através do site deles. O diretor explica o motivo disso ao fim do primeiro capítulo. A ideia era não ficar a mercê de interesses comerciais de canais de televisão ou streaming. Mais um ponto para a série.

Na mesma semana que vi alguns episódios, recebi um filme francês para fazer crítica chamado “Fetiches”. Ou seja, uma temática completamente oposta a de “The Chosen”. Enquanto a série traz histórias bíblicas e mensagens de elevação, o filme faz rir com as desventuras de diversos casais e suas fantasias sexuais.

Como muitos de nós, assim sigo, entre a elevação espiritual e o mundo material, na busca por desatar nós. Quando o filme acabou, escrevi a crítica, e tomei uma decisão: assisti mais um episódio de “The Chosen”.

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