Parada LGBT+ Rio 2024: Sustentabilidade é prioridade no evento

Parada LGBT+ do Rio de Janeiro se prepara para ser "Parada Verde" em novembro com foco em ações sustentáveis

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ondas de calor, secas, inundações. A crise climática vem se manifestando de diversas formas no Brasil em 2024, reforçando a urgência de medidas ambientais. Com esse cenário em mente, os organizadores da Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro estão planejando uma série de iniciativas para transformar o evento de 24 de novembro em uma “Parada Verde”.

O presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador geral da parada, Cláudio Nascimento, explica as principais ações pensadas para o evento:

“Queremos, no período de três anos, entre 2024 e 2026, implementar o projeto Parada Verde Rumo ao Carbono Zero. O objetivo é colocar em prática ações que reduzam o impacto ambiental do evento,” afirma Cláudio. “Na Parada deste ano, teremos dez tendas dedicadas à educação ambiental dos participantes, com a participação de ONGs e oficinas em praça pública e na praia. Acreditamos que o primeiro passo é educar tanto a população LGBT+ quanto a sociedade em geral sobre a importância da sustentabilidade.”

Almir França, professor, ativista e responsável pela cenografia da Parada, adianta alguns detalhes sobre a edição deste ano:

“Teremos três trios elétricos com temática ambiental, focando na história da Amazônia e da Mata Atlântica. Todos os elementos cenográficos serão feitos com materiais reutilizados, coletados ao longo dos últimos anos. Os resíduos gerados em 2024 serão reutilizados para a próxima Parada ou outros eventos do Grupo Arco-Íris,” revela Almir.

Planos Sustentáveis para 2025

A urgência da crise climática já leva os organizadores a planejar ações futuras. Em 2025, estão previstas mais mudanças sustentáveis.

“Em 2025, planejamos dois trios elétricos movidos a energia elétrica em vez de combustíveis fósseis. Vamos também calcular as emissões de carbono do evento e plantar árvores para compensar os danos ambientais,” explica Cláudio.

Interseção de Pautas

Pode parecer incomum que um evento focado em demandas da população LGBTI+ inclua pautas ambientais. No entanto, os organizadores entendem que as questões sociais estão interligadas.

“A Parada LGBT+ é uma plataforma para amplificar nossas pautas de cidadania, mas também para dar visibilidade a agendas interseccionais conectadas aos direitos humanos. Nos últimos anos, temos abordado temas como racismo, misoginia, machismo e liberdade religiosa. Sabemos que esses problemas não estão isolados,” afirma Cláudio.

Almir França acrescenta: “O movimento LGBT+ sempre trouxe à tona questões que afetam toda a sociedade. Saúde, prevenção de doenças e, agora, a questão ambiental. Precisamos liderar essa discussão, porque somos os primeiros a ser afetados quando acontecem desastres e frequentemente excluídos dos processos de resgate e cuidado.”

Vulnerabilidade da Comunidade LGBT+ e a Crise Climática

A crise climática afeta de maneira mais intensa determinados grupos sociais, incluindo a população LGBT+, que é frequentemente mais vulnerável do ponto de vista econômico e social.

“Também falamos em uma LGBTfobia ambiental. Nossa comunidade será afetada de maneira desigual devido à vulnerabilidade social. A taxa de desemprego entre travestis e transexuais no Brasil, por exemplo, chega a 95%. Isso impacta não só economicamente, mas também ambientalmente,” alerta Cláudio. “Por isso, acreditamos que a população LGBTQIA+ pode ser uma parte essencial da solução.”

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