A Prefeitura de Nova Iguaçu vai restaurar dois prédios da histórica Fazenda São Bernardino: o antigo armazém, conhecido como tulha, e o imóvel que abrigava a senzala. Para a reconstrução, o Município terá o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cuja administração no RJ tem lutado pela sustentabilidade dos imóveis históricos. A restauração das duas edificações dará uso público aos imóveis além de abrir caminho para a recuperação da belíssima sede da fazenda do século XIX.
Com investimentos da ordem de R$ 1,5 milhão do poder municipal, a ação contempla o projeto executivo que vai orientar as intervenções; as prospecções arqueológicas; e as obras nas edificações. As prospecções já foram finalizadas, portanto, as próximas etapas dos trabalhos são a aprovação do projeto com o Iphan e a execução da obra em si.
Além disso, Iphan, Prefeitura – através da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Infraestrutura – e Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro estão buscando estratégias para combater o perecimento de décadas pelo qual passa o monumento. A intenção é unir esforços a fim de captar recursos para o projeto executivo e o restauro da sede da fazenda.
“Endossada por instituições de diferentes esferas, a iniciativa de recuperar a Fazenda São Bernardino representa o fim de um longo período de arruinamento e perecimento de um dos ícones mais importantes da Baixada fluminense. Este é o momento da virada na recuperação deste bem. Vamos fazer todo o possível e unir esforços para devolver este equipamento cultural importantíssimo para a população fluminense e para o Patrimônio Cultural Brasileiro”, celebra o superintendente do Iphan-RJ, Olav Schrader.
Autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, o Iphan tombou a sede da fazenda em 1951, com a inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes.
Construída em 1875 pelo português Bernardino José de Souza e Melo, a casa abrigava a sede da propriedade. Na fazenda se produzia café, açúcar, farinha de mandioca e aguardente. As intervenções prometem não apenas recuperar um dos principais monumentos de Nova Iguaçu, como também estabelecer um novo espaço de convivência para a população da baixada e visitantes. Atualmente, a propriedade da Fazenda é da Prefeitura de Nova Iguaçu, responsável pela gestão, administração e uso do espaço, cujas ‘ruínas’ têm cada vez mais figurado no feed de instagrammers da região.
A sede da propriedade se insere em um sítio arqueológico que salvaguarda o complexo como um todo, inclusive a tulha e a senzala. Outro bem cultural da região é o sítio arqueológico da Vila do Iguaçu, cadastrado pelo Instituto em 2004. A vila está diretamente relacionada à Fazenda São Bernardino, pois ambos remontam ao desenvolvimento e ocupação da região, que impactou não somente na história do município de Nova Iguaçu, mas também na origem de toda a baixada fluminense.