Escrito em parceria com Marcelo Calero (advogado, diplomata, deputado federal e ex-ministro da Cultura)
Nós, os autores deste artigo, temos dois elos muito fortes que unem nossas vidas.
No campo pessoal, somos grandes admiradores de Déa Lúcia. A mãe do ator Paulo Gustavo e musa inspiradora da personagem Dona Hermínia, que ensinou ao Brasil, na vida real e na arte, o que significa família: uma célula de amor, de apoio e respeito que se mantém unida para enfrentar cada desafio que nossa existência nos proporciona.
No campo profissional, acreditamos ser a política educacional, pautada na formação integral do indivíduo, aquela capaz de transformar o Brasil em uma grande família. Na qual todos os cidadãos tenham oportunidade de conviver com suas diferenças e capacidades de forma harmônica e pacífica. Só a formação integral do indivíduo é capaz de emancipá-lo e libertá-lo.
Não estamos falando de uma educação cara. Estamos falando de uma educação plural, onde os conceitos de cultura e educação são indissociáveis. Não podemos ser ingênuos e achar que só o conteúdo é capaz de inserir o indivíduo na sociedade com autonomia e capacidade de construção. Quem trabalha com educação sabe que se a visão de mundo do estudante não for ampliada, o conteúdo se torna um grande entulho “enfiado goela abaixo” no processo de aprendizado.
O estudo do universo simbólico e artístico oportuniza uma melhor compreensão de si, de suas raízes e de seus saberes, garantindo um indivíduo mais senhor de si mesmo e interessado em descobertas. A união entre cultura-educação é fundamental para garantir uma formação onde os sujeitos são atores sociais com expressão e linguagens singulares, criadores e produtores de culturas próprias a partir da interação com sua comunidade.
Essa educação não é feita apenas na escola. Ela está espalhada pela vida. Na memória que um município preserva de sua história, no respeito aos mais velhos que construíram nossa evolução até então, na luta da comunidade.
É como se toda a sociedade participasse do processo de educação e a escola fosse a condutora desse processo, canalizando esses códigos e traduzindo para a compreensão do aluno.
Déa Lúcia nos mostra que a família não é um projeto apenas dos pais, mas um projeto em construção aberto onde os filhos são importantes atores para a evolução de todos. Da mesma forma, a educação também não deve ser um projeto de cima para baixo. O planejamento conteudista por si só não basta; é preciso respirar a sociedade e entender a cultura como elemento que nutre todo o processo educacional.
Hoje, estamos diante de um momento histórico. A educação e a cultura nunca foram tão atacadas. O negacionismo espalhado pela nossa sociedade insiste em resgatar modelos falidos de educação, em descredibilizar o artista e de retroceder estágios superados no campo do preconceito e do autoritarismo. Cabe aos atores institucionais fazerem a escolha certa e lutarem pela binômio educação-cultura como o único caminho possível para a construção de uma sociedade lúcida, capaz e madura.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Parabéns pelo texto lúcido e esclarecedor. Parabéns também pela sua coragem ao publicá-lo.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk quanta narrativa falsa e mentirosa pra enganar trouxa. discurso vazio e populoide pra inglês ver
A palavra “crítica” e o verbo “criticar” foram abolidos do dicionário ?
Tudo é ataque ? Nada é crítica?
Ademais, se Marcelo Calero tivesse realmente foco na moralidade, não participaria do governo do “nervosinho” na planilha da Odebrecht. Aliás, foi com todo o seu zelo que uma delegada policial “suja” foi nomeada por ele, em cargo de confiança na Prefeitura da Cidade do RJ.
Resgatar um modelo falido de educação? Nããão. Tenta-se justamente se afastar do modelo falido de educação dos últimos mais de 20 anos e que nos levou aos últimos lugares no mundo.