Dados do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), divulgados nesta terça-feira (20/12), mostram que 48,2% dos consumidores cariocas já compraram produtos piratas nos últimos 12 meses ou em algum momento da vida. O levantamento foi feito entre os dias 22 e 30 de novembro, com 722 pessoas.
Entre os 48,2%, 16,9% responderam que a razão para não comprar mais é a baixa qualidade das mercdorias, enquanto 7,3% não deram uma razão específica para parar, apenas deixaram de comprar. A falta de garantia do produto foi a motivação de 3,4% dos entrevistados para não adquirir esse tipo de mercadoria.
Dos que optaram por artigoss falsos, o gasto médio da última compra ficou em R$ 59,50. As últimas mercadorias mais compradas, de acordo com os entrevistados, são as roupas (32,5%), seguidas de equipamentos eletrônicos (25,3%), calçados, bolsas ou tênis (15,2%), óculos (8,3%) e CDs/DVDs com filmes, músicas e jogos (6,6%).
Impostos elevados
De acordo com o levantamento, 50,3% dos entrevistados acreditam que os impostos elevados encarecem os preços dos produtos originais. Para 18,1%, o motivo é a marca/qualidade. E para 12,6%, a margem de lucro elevada.
As principais razões para compra de itens piratas, de acordo com os consumidores, são os preços mais em conta (91,4%) e porque é mais fácil de se encontrar (18,4%). 51,7% disseram que já se arrependeram ao adquirir algum produto pirata. Dos que tiveram experiência negativa, 94,4% afirmaram que o problema foi a baixa qualidade da mercadoria, enquanto 20% apontaram a falta de garantia e 11,7% não puderam trocar o produto. 3,3% descobriram que o produto era roubado.
Considerando todos os entrevistados, 98,6% estão cientes de que a pirataria é crime no Brasil, enquanto 78,1% acreditam que a compra de produtos piratas afeta negativamente a economia do estado. 57,8% acreditam que o consumo de mercadoria ilegal favorece o aumento da violência.
Soluções
Os entrevistados também apresentaram soluções para o problema da pirataria. Para 52,8%, a educação resolveria a questão. Já 46,3% acreditam no emprego como solução e 46,1% disseram que a redução da carga tributária sobre os produtos originais pode solucionar o problema. 37% afirmaram que a conscientização da população ajudaria.
As pessoas consultadas também afirmaram que as campanhas educativas (51,9%), campanhas dos lojistas (29,6%) e campanhas governamentais (27,3%) são as ideais no combate ao mercado ilegal.
contrabando é muito mais complexo do que simplesmente achar que “educação” e “redução de impostos” resolveriam. botem qualquer produto com imposto zero e mesmo assim terá contrabando. a situação é tão séria que artigos de luxo são falsificados e vendidos a lojas de “grife”, sem que o comprador tenha ciência de que leva gato por lebre.
já olhei os comentários na shopee, sobre diversos produtos, e as justificativas são distintas: preço, qualidade, utilidade, finalidade. e tudo importado legalmente, anunciado sem problemas após pagar imposto de importação.
mas o “all star” falsinho está lá, com etiqueta e tudo, nas barbas da lei, por módicos 39,90 (não é jabá). e as pessoas sabem que não é o original e – pelo que vejo – querem algo útil que atenda suas necessidades imediatas.
alguém aqui lembra do conguinha azul, que a gente usava para ir pra escola, feito de tecido com sola vulcanizada de plástico? e o amado kichute?
a shein tá arrasando (não é jabá) com preços populares, para produtos perecíveis de curta vida e tudo legal. para uma população cuja renda média despencou, atingiu em cheio a necessidade das pessoas.
creio que devamos analisar o contrabando com uma nova abordagem, além da repressão que não reprime nada e tem a participação descarada dos repressores no esquema. para mim sua existência atende a uma demanda por produtos que as lojas tradicionais não atendem e não querem fazê-lo, talvez por uma margem de lucro reduzida.
tenho sérias dúvidas de que os conceitos de “marca”, “estilo”, “cara disso ou daquilo” tenham importância para quem consome produtos de baixo valor agregado. percebo que a necessidade é o motivo primeiro. depois, como já li na shopee (não é jabá), vai entender a cabeça do brasileiro quando diz que “pelo preço está bom”?
talvez nem o original valha o que se pede!