Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RJ (Abrasel RJ) verificou que, em junho, donos de bares e restaurantes do Rio de Janeiro registram mais prejuízo do que lucro. Segundo a Abrasel RJ, apenas 30% dos estabelecimentos teriam registrado lucro. Ao passo que 35% das empresa registraram prejuízo e outros 35% encerraram o mês com as contas em dia. As informações são do JB.
De acordo com a sondagem da Associação, donos de bares e restaurante consideram a inflação uma das maiores preocupações do setor. Para 71% deles não foi possível fazer um reajuste de preços no mesmo percentual da inflação. A saída para 41% dos entrevistados foi fazer reajustes abaixo da inflação, sendo que 31% deles não alteraram seus preços. Do total de entrevistados, 26% disseram ter feito reajustes conforme a inflação. Ao passo que apenas 3% deles alteraram os preços acima da inflação. O índice de estabelecimentos brasileiros que não conseguiram realizar reajustes equivalentes à inflação no Rio de Janeiro é ligeiramente inferior à média nacional: 74%.
Pedro Hermeto, presidente da Abrasel RJ, ressaltou que o setor de bares e restaurantes é resiliente ao não repassar os aumentos dos custos aos preços dos produtos consumidos pelos clientes.
“A pesquisa deixa claro que, mesmo sofrendo o duro impacto da inflação, a grande maioria dos empresários não repassou os aumentos de custo aos clientes. Isto demonstra o quanto o setor é resiliente e está comprometido em atravessar esta crise. No entanto, caso esta tendência se mantenha por mais tempo, isto pode inviabilizar muitos negócios. É fundamental que haja um entendimento entre todas as esferas do poder público, para que a inflação não seja responsável pela extinção de empresas e postos de trabalho que representam a comida na mesa de milhões de famílias”, afirmou o presidente da Abrasel RJ.
A sondagem da Associação revelou ainda que 59% dos estabelecimentos fluminenses inscritos no Simples Nacional, têm parcelas em atraso, índice abaixo do registrado em todo o Brasil: 45%. Destes, 59% já aderiram ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp). Ainda segundo a Abrasel RJ, somente 13% das empresas estão inscritas no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo. Entre as empresas que têm débitos na dívida ativa, apenas 25% delas solicitaram a entrada no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e 13% afirmaram não conhecer o programa.
O levantamento identificou ainda que 77% das empresas do Estado contraíram empréstimos, sendo 71,4% deles, através de linhas de créditos dos bancos. Entre as empresas pesquisadas, 35% têm parcelas em atraso e reclamam que os recursos comprometidos para o pagamento das dívidas representam 13,5% do faturamento.