Seguimos com a apresentação dos resultados da 2ª edição da pesquisa de Avaliação do Governo Municipal do Rio de Janeiro, realizada pelo Instituto Rio21. O objetivo do levantamento objetivo é compreender, ao longo do tempo, a percepção da população carioca sobre as ações do governo e as suas perspectivas. A pesquisa já mostrou a queda da popularidade de Eduardo Paes em 3 meses
Tanto em agosto de 2021 como agora em novembro, perguntamos aos entrevistados cariocas o quanto eles se sentem otimistas com a gestão municipal sob o comando do Prefeito Eduardo Paes. Os dados revelam que houve uma diminuição no nível de otimismo de 10,6 pontos percentuais nos últimos 3 meses.
Perguntamos também qual a expectativa dos moradores da cidade do Rio de Janeiro para o próximo ano e foi observada, de maneira semelhante, uma redução na percepção positiva: em agosto, 63,0% dos respondentes acreditavam que 2022 seria um ano melhor ou muito melhor; em novembro, esse percentual caiu para 55,1%.
Para a Pesquisadora do Instituto Rio21, Carolina Carvalho: “É compreensível que os níveis de otimismo e expectativa dos cidadãos se reduzam ao longo do tempo. No início do mandato havia um momento de euforia, que, neste caso, os dados demonstram ter se esvaído à medida que a população se familiarizou com a gestão governante. Nos últimos 3 meses, houve uma queda de, aproximadamente, 10 pontos percentuais tanto no número de entrevistados que se consideram muito otimistas ou otimistas com a atual gestão quanto de entrevistados que esperam que 2022 seja um ano muito melhor ou melhor para a cidade.”
Mas, apesar dessas duas perspectivas menos positivas constatadas nesse período, ser carioca ainda é um motivo de felicidade para um número significativo da população da capital fluminense: em agosto, 39,1% dos consultados pela pesquisa afirmaram que sentiam felizes ou muito felizes por serem cariocas; percentual que passou para 40,0% em novembro.
O gráfico abaixo mostra a evolução dos sentimentos levantados pela pesquisa ao longo do tempo.
Em novembro, foram ouvidos 1032 moradores da cidade do Rio de Janeiro, entre 03 e 16 de novembro de 2021, de forma presencial e online.
A próxima avaliação está prevista para ser realizada no mês de fevereiro, dando continuidade a um ciclo de pesquisas trimestrais, que deverá perdurar até o final desta gestão.
É um pouco desanimador porque a queda do ânimo do carioca não é acompanhado do diagnóstico claríssimo de nossa decadência: a desordem urbana cantada em prosa e verso como se fosse coisa boa, o desrespeito ao direito alheio mais simples (por exemplo estacionar na porta de garagens, coisa que eu vejo cada vez mais comum), a esperança do cidadão de que o governo vai resolver alguma coisa, o desrespeito a contratos (nisso a prefeitura do RJ e o Gov. Estado são campeões, com láurea ao Estado… nem pagar em dia fornecedores eles fazem!), o desrespeito à propriedade privada (experimenta deixar algo sem monitoramento por um tempo dando sopa…). Tudo isso gera desconfiança mútua e maiores custos de transação. Dinheiro não aceita desaforo: ninguém faz projeto financeiro sob risco de bandidagem à porta.
Se percebermos isso agora, talvez em 30 anos saiamos do buraco.