Pesquisa mostra que desemprego e baixa escolaridade impulsionam moradores das favelas do Rio de Janeiro a abrirem os seus próprios negócios (40%) ou intencionarem a fazê-lo nos próximos 12 meses (22%), sendo que, 22% dos entrevistados pelo Instituto Data Favela, têm no seu próprio negócio a sua única fonte de renda. O estudo ouviu 1.674 moradores de favelas do Rio, entre os dias 20 de junho e 5 de julho deste. O levantamento será apresentado por Renato Meirelles, fundador do Data Favela, na Expo Favela Innovation Rio, que será realizada de 29 a 31 de julho. No evento estarão presentes autoridades, como o prefeito Eduardo Paes (PSD), e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
A pesquisa identificou ainda que 57% dos empreendimentos em atividade nas favelas não possuem CNPJ. Outro entrave é captação de para investir no próprio negócio, 55% dos entrevistados enfrentam dificuldades. Gestão financeira do negócio e falta de equipamentos, também foram apontados pelos moradores, 25% e 24%, respectivamente, como gargalos para empreender.
“A favela é a concentração geográfica das desigualdades sociais e muitas vezes o morador não encontra no emprego formal a oportunidade para desenvolver toda sua potencialidade. O morador da favela só vai conseguir ganhar mais do que dois salários-mínimos se empreender dentro da favela. Assim, pode usar o seu potencial e fazer com que o dinheiro das favelas fique dentro das próprias favelas”, explicou Renato Meirelles, acrescentando que a obtenção de crédito também representa um desafio para 66% dos pretendentes a empreenderes, sendo que 1/3 dos entrevistados nunca tentou conseguir o recurso. Segundo o Data Favela, caso tivessem recursos, os empreendedores investiriam na divulgação do negócio, compra de máquinas e equipamentos e na diversificação de produtos e serviços.
O Data Favela identificou ainda uma tendência de otimismo em relação às vendas: 73% dos ouvidos pela sondagem acreditam no crescimento das transações nos próximos 12 meses, sendo que 9 de cada 10 entrevistados estão otimistas em relação ao futuro de seu negócio. O cenário contrasta com a realidade atual das vendas, nos últimos 12 meses, quando somente 17% dos empreendedores registraram acréscimo nas transações; 48% registram alteração; e 35% afirmaram não ter havido recuo.
“Quando eu falo que a favela não é carência, mas uma grande potência, é uma forma de corrigir o olhar recheado de compaixão equivocada, e preconceito, por uma região que produz e consome R$ 208 bi por ano. Portanto, é importante olhar a potência dessas pessoas, não apenas olhar para o que falta para elas. E a Expo Favela Innovation chegou para potencializar ainda mais. É muito importante que a Expo Favela Innovation também venha ser um lugar que os empreendedores do asfalto se reconheçam, trazendo a oportunidade para os empreendedores da favela se conectarem com eles. Tornando-se o berço do empreendedorismo em que todos possam chamar de seu”, esclareceu Celso Athayde.
As informações são da rádio Tupi.
Como sempre isso representa ou contempla apenas uma parte ou um lado. Precisa-se é de ações democráticas que visem a inclusão de todes e a multiplicação das possibilidades.
Uma quantidade de besteira e douramento de pílula fora do normal. Há uma série de estudos que demonstram que pequenos empreendimentos, unipessoais voltados para o varejo como esses possuem baixa produtividade, o que não é bom para a economia. O empreendedorismo que a gente precisa é como aquele que existe no Vale no Silício e nas regiões inovadoras do mundo, feito por gente com elevada capacitação e que dá origem a negócios realmente inovadores como uma SpaceX, uma Amazon da vida e não uma vendinha de bolo de pote que não é escalável e muito menos eficiente. O que vocês tão chamando de empreendedorismo nada mais é que informalidade, que é a grande chaga da nossa economia.