Pesquisador da Fiocruz acha ‘precipitado’ desobrigar o uso de máscaras

Pesquisador do Observatório Fiocruz Covid-19 diz que esperaria mais duas semanas para tomar a decisão por conta do influxo de pessoas de fora na cidade do Rio de Janeiro. A cidade tem hoje uma das melhores coberturas vacinais do país.

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Foto: Divulgação/Fiocruz

A esperada decisão de se liberar o carioca do uso das máscaras foi tomada hoje pelo prefeito Eduardo Paes, em decisão publicada em edição extra do Diário Oficial do Município. Consequência da baixíssima letalidade da variante Ômicron e dos dados epidemiológicos claramente favoráveis, o decreto do prefeito foi baseado na opinião dos experts e cientistas do Comitê Científico municipal, e segue uma grande tendência mundial.

O Rio foi a primeira capital do país a eliminar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados, e já havia liberado o carioca do seu uso em ambientes abertos há algum tempo. A decisão do prefeito foi considerada “precipitada” por pesquisador do Observatório Fiocruz Covid-19, segundo informações do portal G1. Para Raphael Guimarães, o Rio “não é uma ilha, está cercado por outras cidades da Região Metropolitana, com índices de coberturas vacinais e taxas vacinais diferentes”, disse, fazendo referência a “um aporte considerável diário de pessoas de vários lugares”. Segundo ele, este influxo de pessoas de fora deveria ter sopesado.

Segundo depoimento dele ao portal, primeiro a decisão deveria ser de abrir mão do uso obrigatório das máscaras em ambientes abertos. Exatamente como ocorreu no Rio, aliás, que liberou o uso de máscaras em locais abertos ainda no fim de 2021. O profissional defendeu que a abertura fosse mais gradual, daqui a duas semanas, e reconheceu a redução substancial da contaminação. “Em duas semanas, já seria possível uma noção sobre aumento de casos ou interrupção na queda”, falou ao G1.

Por ser muito contaminante mas pouco letal, cientistas acreditam na possibilidade de que a ômicron servirá como um imunizante contra formas mais graves da Covid-19. Seria a pandemia virando endemia.

Daniel Soranz, secretário de saúde do Rio, afirmou que a exigência do ‘passaporte da vacina’ ainda será mantida pelo menos até o fim de março — ou quando a cidade chegar a 70% da população adulta com a dose de reforço, índice que hoje já atinge 54%. 

Temos a menor transmissão desde o começo da pandemia, de 0,3, e uma positividade menor que 5%, com uma redução gradativa ao longo das últimas semanas”, afirmou Soranz, que citou, ainda, que “hoje é cada vez mais difícil ver um caso grave de Covid no Rio por causa da nossa alta cobertura vacinal“.

O secretário observou também que, passado o carnaval, a prefeitura não teria observado “alteração nos índices“. Embora parte da mídia tenha se omitido a mostrar as festividades que tomaram conta da cidade, com dezenas de blocos que desfilaram de forma irregular, informal ou clandestina, o DIÁRIO DO RIO noticiou, com filmagens, fotos e depoimentos, a grande quantidade de foliões que tomaram as ruas do Centro e de outras regiões, com imensas aglomerações e grandes festas fechadas e também a céu aberto, como ocorreu nas ruas Visconde de inhaúma e no próprio Arco do Teles na semana passada.

Ainda segundo o G1, Daniel Becker, médico pediatra sanitarista e membro do comitê municipal responsável pela conclusão de seguir a tendência mundial e liberar o carioca do uso obrigatório das máscaras, recomenda que crianças que ainda não tenham recebido as duas doses da vacina continuem usando o acessório.  Mas dentro das escolas, cabe à direção das mesmas o que fazer. “Foi um consenso. Os dados epidemiológicos são favoráveis. Este é o melhor momento para liberar as máscaras”, sentenciou Becker.

O município de Duque de Caxias tomou a mesma decisão, logo após decisão do Governo Estadual de liberar cada município para decidir o momento de livrar suas populações a obrigatoriedade do uso das máscaras.

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4 COMENTÁRIOS

  1. O mais engraçado disso tudo é terem medido as estatísticas na semana do carnaval, justamente a época em que os dados caem por ser feriado e ter menos unidade de saúde aberta e profissional de saúde trabalhando pra coletar os dados. Dudu Paes sabia que ia cair os números esses dias e aproveitou a “deixa”. Veremos nos próximos dias.

    • E você, ocorrendo isso, pelo jeito irá gargalhar em regozijo para preencher o seu ego num amargo “eu avisei, eu que sou o paladino da ciência!”

      O povo do Rio quer a abertura, não viu o carnaval? Desmoralizou tudo. O povo mostrou que quis mais liberdade e sempre historicamente tem pago o preço disso. Ele sabe da alma rebelde que tem. Mas em primeiro lugar, estamos fartos de demonstração de bom-mocismo e sinalização de virtudes.

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