Um abaixo-assinado envolvendo dezoito associações que atuam em defesa das pessoas com deficiência reivindica o direito à meia-entrada no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Aberta na plataforma Change.org, a petição já acumula mais de 13 mil assinaturas.
Encabeçada pelo Grupo Juntos (Associação Juntos por um Mundo Inclusivo), a campanha questiona qual é o critério para a concessão do benefício, visto que alguns grupos – como idosos e crianças – têm direito à meia-entrada enquanto as pessoas com deficiência, não.
“Se foi possível abrir exceções para alguns grupos, por que deixaram de fora as pessoas com deficiência?”, pergunta a associação no texto do abaixo-assinado.
O manifesto tem participação de outras 17 entidades que apoiam pessoas com diferentes tipos de deficiência e autistas, como a ADVERJ (Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro), o MOAB (Movimento Orgulho Autista Brasil), o Movimento Paratodos, entre outras. Leia o texto na íntegra. O manifesto segue aberto.
“Tudo o que queremos é ter nosso direito respeitado. Reflita que se no Cristo Redentor não estamos tendo esse direito, vários outros estabelecimentos também utilizam brechas, alegações e manobras para não concederem meia-entrada às pessoas com deficiência. Resolver essa questão no Cristo Redentor vai abrir portas para exigirmos respeito dos demais estabelecimentos”, pondera Carla Rocha Curi, colaboradora voluntária do Grupo Juntos.
A petição enfatiza que a meia-entrada é um direito previsto na Lei Federal 12.933/2013, mas que os administradores do monumento alegam não ser obrigados a conceder o benefício.
“A desculpa gira em torno de que a visita ao Corcovado não é caracterizada como atividade cultural, por estar sob a jurisdição do Ministério do Meio Ambiente, e não da Cultura”, fala o Grupo Juntos no abaixo-assinado. “Curioso é que o próprio site do local reconhece que o Cristo Redentor faz parte da cultura da nossa cidade maravilhosa”, completa o movimento.
O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor esclarece que “a gestão das bilheterias é das concessionárias. E o Santuário possui vários projetos e eventos voltados para as pessoas com deficiência. Lembrando que, inclusive, várias visitas sociais são feitas em que pessoas com deficiência sobem ao Santuário gratuitamente“.
A reportagem do DIÁRIO DO RIO tentou contato com os transportes que operam no Cristo Redentor, mas não conseguiu retorno. A matéria está aberta para esclarecimentos e atualizações.