A Polícia Federal (PF) deflagrou, na última quinta-feira (03/10), a Operação Nômade Eleitoral, contra uma organização criminosa voltada para cooptar pessoas para alistamento eleitoral e/ou mudança de domicílio eleitoral do município de Santa Cruz para Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com reportagens da TV Globo e da Band, o objetivo era favorecer Elisa Giovanna dos Santos Martins Dias, candidata a vereadora e presidente do Podemos em Itaguaí, Baixada Fluminense.
Agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 105ª Zona Eleitoral do RJ, em endereços em Itaguaí e na capital fluminense. Também foi determinado o sequestro de bens e valores incompatíveis com a renda dos investigados.
A investigação, iniciada por requisição do Ministério Público Eleitoral, revelou que a candidata ao cargo de vereadora e seus cabos eleitorais forneciam comprovantes de residência falsos para os possíveis eleitores, prometendo vantagem econômica em troca de votos, para que estes se alistassem ou alterassem seu domicílio eleitoral no município da postulante.
“Durante as investigações, apurou-se que alguns dos investigados foram flagrados no cartório da 105ª Zona Eleitoral pagando multas eleitorais de eleitores supostamente cooptados”, afirmou a PF.
Além do crime de organização criminosa, os investigados poderão responder por inscrição fraudulenta, uso de documento falso, oferecer vantagem ilícita em troca de voto e corrupção de menores, já que muitas das pessoas levadas à sessão eleitoral para a inscrição ou alteração do domicílio eram menores de idade. Os crimes podem render penas que, somadas, chegam a até 22 anos de prisão.
Elisa Giovanna, candidata a vereadora em Itaguaí, fala sobre a Operação Nômade Eleitoral.
“Meus advogados já estão atuando para provar na Justiça a minha inocência. Nas vésperas das eleições, criaram uma operação arbitrária, midiática e em conluio do Ministério Publico com a Polícia Federal, sem provas de nada. Tanto que o único nome vazado para a imprensa, entre seis investigados, foi o meu. Querem tentar barrar uma mulher negra, que veio de baixo, de se tornar a vereadora mais votada de Itaguaí. Foi uma medida desesperada e sem provas para tentar me tirar da rua. Mas não conseguiram nem conseguirão. Não vão me parar”.