Há cerca de dois anos atrás estava com 135 quilos, ou seja, colesterol alto, triglicerídeo alto e glicose alta. Óbvio, que tirando aqueles politicamente corretos imbecis, ser gordo não é saudável (nem ser magro, nem ser louco pelo corpo). Precisava dar um jeito na vida, a Ivv, minha esposa, foi lá e criou uma reeducação alimentar, afinal, queria continuar comendo o que gosto, então cortei refrigerante da vida, açúcar e por aí. Hoje estou com tudo certinho, pesando 80 quilos, academia todos os dias tênis 3 vezes por semana, beach tennis 2 e hoje começo o vôlei de praia.
Mas nem tudo são flores, querendo continuar comendo de tudo, acabei ganhando uma intolerância a coisa que mais gosto, o glúten. Não chego a ser celíaco, longe disso, posso comer, mas não em excesso. Mas é o excesso de pizza, massas, mini dogs e salgadinhos que mora a felicidade. Quando você tem restrição a algum alimento, e já tinha a camarão, você descobre que tudo leva aquele alimento, especialmente o trigo. O trigo é a base da alimentação mundial, está em tudo.
E coitado de quem não tem condições financeiras de poder trocar o trigo por outros tipos de farinha, o preço é absurdo! A nutricionista Isabella Lacerda já falou que “ser gordo não é uma escolha“, emagrecer está ligado a fatores financeiros, familiares e até de proximidade ou não de uma academia. Todos os produtos “fitness” são caríssimos, fora da realidade do brasileiro médio, ou mesmo acima da média. Se eu tivesse filho não teria condições de ter uma dieta moderada, seria impossível.
Bem, passado o texto motivacional e desnecessário, que é uma introdução do porquê tive de na última segunda-feira pedir a Pizza Fit de Fato, uma rede de pizzarias do Rio de Janeiro, com entrega na Zona Sul, Grande Tijuca, Barra, Recreio e Jacarepaguá. Já tinham me falado dela, mas sabe como é, pizza de massa de batata doce ou de couve-flor? Gente, eu comia na Braz! Aquela coisa maravilhosa, que a massa descansava em cama de Hotel Cinco Estrelas e ainda fazia hidromassagem! Pizza é coisa séria para mim, sou capaz de concordar que houve um Sacro Império Germânico antes de comer uma pizza ruim (não, nunca).
Mas ontem a vontade de comer pizza se agigantou, não deu, fui no Ifood, procurei Fit de Fato, era caro, uma pizza de Marguerita: R$ 99. Era de Muçarela de búfala sem lactose, tomates frescos, pesto de manjericão e castanhas, folhas de manjericão, molho de tomate natural artesanal e orégano. Os ingredientes são ótimos, não devem nada às melhores casas de pizza, um primor.
Mas e a massa de couve-flor? Bem, ela é feita de uma mistura de farinha de amêndoas, farinha de arroz, farinha de linhaça doura, Psyllum, couve-flor fresca, ovos, óleo de coco, fermento e sal rosa do Himalaia. Então não vá esperando uma massa igual a de trigo, especialmente de uma casa que cobre um preço similar, não vai. As casas como Braz e similares tiveram décadas para aprimorar suas receitas, esse estilo da Fit de Fato é bem recente, você sente esfarelando um pouco, mas nada que comprometa, especialmente com a qualidade dos ingredientes do topping.
A outra pizza foi de camarão com creme de ricota e alho poró, para Ivv e sua mãe, R$ 128. Pelos motivos supracitados não posso falar muito dela, ou não estaria aqui escrevendo este texto. Mas de acordo com a Ivana o camarão era fresquíssimo e de muito boa qualidade, e ela é chata, mas muito chata quando se fala de camarão, chata mesmo. Então nesse caso deve estar falando a verdade.
A Fit de Fato também vende entradas, como a conta já estava alta não pedi, e sobremesa, pedimos um Pé de Moleque Saudável, R$ 19,90. Meu endócrino, Pedro Assed, ficarei orgulhoso com o doce, é amendoim torrado e sem pele com cholate 70% cacau, nem dá para dizer que é doce. Mas é uma delícia.
Então, se você está de dieta e pode gastar um pouco mais em produtos saudáveis, vai sem erro na Fit de Fato. Dá para comer uma pizza, quase, sem culpa.
