Plano Diretor do Rio integra favelas pela 1ª vez, marcando avanço no planejamento urbano da cidade

Para servir como projeto-piloto da inclusão das favelas no Plano Diretor, a emenda Nº 665 determina a implementação do Plano Diretor da Rocinha

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Pela primeira vez na história, as favelas foram oficialmente integradas ao Plano Diretor do Rio, uma decisão aprovada pela Câmara Municipal na última segunda-feira (11/12). A versão final do texto passará por uma nova votação pelos vereadores na próxima semana antes de ser encaminhada para a sanção do prefeito Eduardo Paes. Este plano é o principal guia para o planejamento urbano da cidade.

A legislação municipal, que teve origem na iniciativa da Prefeitura e foi sujeita a mais de 400 emendas pela Câmara de Vereadores, está sujeita a revisões a cada dez anos, conforme a legislação federal. Neste ciclo, pelo menos três emendas destacam o compromisso da cidade com o planejamento das favelas, que historicamente foram consideradas áreas informais, alheias ao planejamento urbano.

A vereadora Tainá de Paula, atual secretária municipal de Meio Ambiente do Rio e autora das emendas relacionadas ao tema, explicou: “O Rio de Janeiro inseriu a favela como unidade de planejamento urbano muito tardiamente. Até 1982, esses territórios sequer estavam no mapa.” As emendas, como a nº 666, que estipula planejamento específico para as favelas, a nº 547, que institui um capítulo exclusivo sobre essas áreas, e a nº 665, que determina a implementação do Plano Diretor da Rocinha, buscam garantir metas e ações específicas para o desenvolvimento urbano dessas comunidades, incluindo aspectos como urbanismo e moradia.

Essa mudança representa um avanço significativo, promovendo um diálogo mais inclusivo com especialistas em favelas e suas organizações de moradores, efetivamente reconhecendo as favelas como unidades de planejamento administrativo na cidade.

Advertisement

A emenda 547 introduz um novo capítulo no Plano Diretor do Rio, garantindo “Direito à Cidade, à Terra e Moradia Digna nas favelas”. Esse capítulo reconhece as favelas como componentes essenciais do tecido urbano e social, assegurando direitos como moradia adequada, participação na tomada de decisões e ações específicas para enfrentar desafios climáticos.

A emenda 666 determina a atenção especial às Áreas de Especial Interesse Social, incluindo favelas, para projetos que garantam saneamento básico, mobilidade urbana e regularização fundiária. Além disso, a emenda 665 prevê a implementação do Plano Diretor da Rocinha como projeto-piloto, visando a continuidade e monitoramento efetivo das propostas para as favelas.

Tainá de Paula, autora das emendas, destaca a importância da transparência e participação da população, enquanto a legislação prevê fontes de financiamento e estabelece metas anuais para ações de habitação de interesse social. A iniciativa visa transformar o planejamento urbano, promovendo a continuidade e respeitando as necessidades das comunidades.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Plano Diretor do Rio integra favelas pela 1ª vez, marcando avanço no planejamento urbano da cidade
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui