Foi aprovado nesta sexta-feira (06/11), durante audiência pública virtual da Comissão Especial do Carnaval da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o Plano Emergencial para o Carnaval 2021. O documento, apresentado pelo presidente da comissão, Tarcísio Motta (PSOL), foi elaborado a partir de discussões num grupo de trabalho formado em setembro com representantes de ligas de blocos carnavalescos e de escolas de samba e de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O plano reforça a necessidade da não realização do carnaval em seu formato tradicional enquanto não houver vacina, mas destaca a importância de se demarcar simbolicamente a maior festa popular da cidade, com atividades online e campanha educativa sobre a importância do carnaval para a cidade. Propõe ainda políticas de auxílio a agremiações e trabalhadores do carnaval, como editais de fomento para projetos online no valor de (R$25 mil para 600 projetos), editais de permissão para trabalhadores (5 mil prêmios no valor de um salário mínimo) e subsídios de no mínimo R$100 mil para agremiações.
Com relação à nova data para a festa, segundo o documento, “só deve prevalecer se for assegurada a segurança sanitária da população carioca, com imunização por vacina”. A pedido da comissão, a Fiocruz e o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento do Coronavírus da UFRJ elaboraram um parecer técnico sobre os parâmetros, indicadores e critérios que devem ser observados para a definição de eventual nova data para o Carnaval. Devido à taxa de contágio da covid-19, Hermano Castro, da Fiocruz, e Roberto Medronho, da UFRJ, concordaram que ainda não é possível prever uma data para o carnaval de 2021. “Sou um defensor do carnaval, mas não há condições seguras para a realização do carnaval no próximo ano”, disse Medronho.
O plano, assim como o parecer técnico dos especialistas, serão encaminhados para a Riotur e aos candidatos à Prefeitura. “Estamos a cem dias do carnaval e a prefeitura ainda não tem política alguma para garantir a sobrevivência dos trabalhadores do setor nem o simbolismo do maior patrimônio cultural da cidade. É, inclusive, uma falta de respeito a Riotur não ter enviado representante para esta audiência pública”, disse Tarcísio Motta. Presente na reunião, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, ressaltou sua apreensão com relação ao futuro do carnaval: “Há uma dificuldade de relacionamento com o governo municipal que nos causa muita preocupação. A visão da prefeitura é muito distante da realidade”.
Também participaram da reunião o vereador Marcos Paulo (PSOL), que é relator da comissão, o carnavalesco Milton Cunha, os jornalistas Aydano André Motta e Claudia Silva, e representantes da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), Liga Coreto, Mangueira, Cordão do Bola Preta, Liga Sambare, CarnaFolia, Sebastiana, Sindicato dos Profissionais da Dança – RJ, UFRJ, Fiocruz e da Subsecretaria de Vigilância e Fiscalização Sanitária (Subvisa).