PM terá gasto extra de R$ 1,3 milhão com Rock in Rio sem contrapartida

Com presença massiva do secretariado de Cláudio Castro, a CPI da Transparência discutiu os gastos do governo no Rock in Rio, além de festas nos Palácios Guanabara e Laranjeiras

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A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro enfrentará um gasto adicional de R$ 1,3 milhão para reforçar o policiamento durante o Rock in Rio. A informação foi divulgada pelo secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, durante a reunião da CPI da Transparência, realizada pela Alerj nesta quinta-feira (12). O evento ocorre enquanto se intensificam os preparativos de segurança para o festival, que começa nesta sexta-feira (13). Todas as informações são do Portal Tempo Real.

De acordo com o coronel Menezes, 750 policiais militares serão mobilizados durante os sete dias de festival, com 570 atuando sob o Regime Adicional de Serviço (RAS), a um custo diário de R$ 197 mil. Quando questionado pelo deputado Rodrigo Amorim (União), relator da CPI, se o evento proporcionaria alguma contrapartida financeira, o coronel negou.

“Estamos aprimorando nossa expertise para grandes eventos. A responsabilidade da Polícia Militar será garantir a segurança na área externa, sem agentes públicos no interior do festival. A segurança nas entradas será feita por uma equipe privada, e a PM atuará em flagrantes delitos na parte externa”, explicou Menezes.

O deputado Luiz Paulo (PSD) perguntou se havia integração entre as equipes de segurança interna e externa, o que foi confirmado pelo comandante da PM. Menezes ainda destacou que a Polícia Civil forneceu um álbum com fotos de criminosos especializados em roubos de celulares e carteiras, e que muitos deles vêm de outros países, como Bolívia e Paraguai. “Estamos atentos a essa prática criminosa e trabalharemos em conjunto com a Subsecretaria de Inteligência para orientar as decisões”, acrescentou.

Polícia Civil terá agentes infiltrados no Rock in Rio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro também atuará no Rock in Rio com agentes infiltrados, conforme confirmado pelo secretário da instituição, delegado Felipe Curi, durante a mesma reunião da CPI. O objetivo é coibir crimes, como o tráfico de drogas, dentro do evento.

“Teremos peritos criminais no local para realizar laudos em tempo real sobre apreensões de drogas e outros delitos. Além disso, policiais infiltrados estarão presentes em toda a Cidade do Rock,” afirmou Curi. Apesar da ausência de contrapartida financeira por parte dos organizadores do evento, Curi elogiou a colaboração da produção do Rock in Rio no planejamento da segurança, destacando o fornecimento de estrutura e sistemas de monitoramento.

CPI: críticas a camarotes do governo e festas nos palácios

Durante a reunião, o subsecretário Victor Travancas criticou o uso de camarotes do governo estadual em grandes eventos, como o Rock in Rio, e condenou a realização de festas nos palácios Guanabara e Laranjeiras. Travancas alertou sobre possíveis riscos à segurança aérea causados pelos drones e pela iluminação intensa do festival, fatores que podem prejudicar a navegação no espaço aéreo do Parque Olímpico, na Zona Oeste.

“Estou empenhado em acabar com todos os camarotes por meio da via judicial. Há pressões e influências envolvidas. Além disso, o fato de que a fiscalização é restrita e determinada pelos organizadores do evento é preocupante,” afirmou Travancas.

Ele também criticou as festas nos palácios Guanabara e Laranjeiras, informando que existem processos em andamento no setor de compliance para investigar esses eventos. O presidente da CPI, deputado Alan Lopes (PL), solicitou o envio dos documentos pertinentes à comissão.

Festas nos Palácios

Travancas ainda revelou que um subsecretário de Ciência e Tecnologia e conselheiro da Faperj estaria direcionando recursos para uma instituição com a qual tem ligação. Segundo ele, o conselheiro recebeu R$ 1 milhão diretamente em seu CPF, o que levou Alan Lopes a anunciar a convocação do conselheiro para uma futura audiência na CPI.

“O governador não consegue monitorar todas as autarquias. Enquanto isso, R$ 55 milhões estão sendo liberados sem a devida publicidade,” concluiu Travancas.

Quase uma reunião de secretariado

A reunião da CPI da Transparência contou com a presença de vários membros do secretariado do governador Cláudio Castro (PL). Entre os presentes estavam Rodrigo Abel, secretário do Gabinete do Governador; Gustavo Tutuca, secretário de Turismo; Marcelo de Menezes, secretário de Polícia Militar; Gutemberg Fonseca, secretário de Defesa do Consumidor; Tarcísio de Salles, secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros; Danielle Barros, secretária de Cultura e Economia Criativa; Rodrigo Castro, subsecretário de Eventos e Relações Institucionais; e Victor Travancas, subsecretário do Gabinete do Governador.

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