PMs são os agentes de segurança mais vitimados pela violência em dias de folga, segundo a plataforma Fogo Cruzado

A PMERJ foi a corporação mais atingida pela violência, em 2022, com 25 mortos e 49 feridos. Segundo a plataforma, é como se de 10 baleados, 7 fossem PMs

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Agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro em Guarda / Divulgação

Era para ser apenas um dia de descanso entre familiares e amigos, mas o cabo da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), Alan dos Santos Pereira, de apenas 40 anos, foi assassinado a tiros, no último dia 7/09. Ao contrário do que se possa pensar, o cabo Alan não estava em um dos incontáveis confrontos entre policiais, bandidos ou milicianos. Ele estava apenas de folga e perto de sua residência, no Parque Lafaiete, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo um levantamento realizado pela plataforma Fogo Cruzado, o PM assassinado é mais um entre os 100 agentes das Forças de Segurança baleados somente em 2022, na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Deste total, 44 morreram; e 56 ficaram feridos. Ainda segundo o levantamento, a maior parte das vítimas estava de folga: 42; outras 17 já haviam se aposentado ou foram exoneradas do cargo. No ano de 2021, o 100º caso de profissional baleado ocorreu no mês de julho.

A PMERJ foi a corporação mais atingida pela violência registrada, em 2022, com 25 mortos e 49 feridos. Segundo a plataforma Fogo Cruzado, em média, “é como se a cada 10 agentes de segurança baleados este ano, sete pertencessem à categoria”. Tais resultados alçam a corporação ao sinistro posto da que mais mata e a que mais morre entre os agentes.

Diante dos números tabulados, a diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira destaca a vulnerabilidade de tais agentes quando não estão à serviço da população fluminense. Segunda ela, o poder público estadual deve elaborar medidas de amparo e proteção a esses cidadãos.

 “O Estado não produz estatísticas sobre o número de agentes vítimas da violência quando estão fora do horário de trabalho e esses dados são fundamentais para que existam políticas públicas para zelar pela segurança desses agentes quando estão fora das corporações. Em vez disso, o que vemos são famílias sofrendo pela perda desses agentes”, lamenta a representante da plataforma.

Cecília Olliveira acrescenta que a situação dos agentes de Segurança torna-se ainda mais dramática em razão da falta de apoio, treinamento e planejamento por parte das corporações. Para ela, é necessário mudar o foco do confronto para a inteligência e o planejamento. Sem tal rede de proteção, o preço pago pelos agentes é indizivelmente alto, podendo chegar ao suicídio. Segundo a última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o suicídio entre os policiais militares, no Brasil, registrou um acréscimo de 54% de casos, entre 2020 e 2021.

“Conviver frequentemente com situações de perigo extremo trazem consequências danosas para a vida e a saúde mental dos policiais. Falta treinamento adequado e apoio psicológico para lidar com os traumas das operações”, afirma Cecília Olliveira.

A classificação de agentes baleados por corporação, segue a seguinte ordem por vítimas, conforme os dados coletados pela plataforma Fogo Cruzado: PM, 74 agentes baleados; Polícia Civil, 11 feridos; Marinha, 6 vítimas; Bombeiros e Aeronáutica, ambos com 2 baleados cada; e Exército, Guarda Municipal, Policia Penal, Polícia Rodoviário Federal, entre mais uma força não identificada pela plataforma, acusaram cada uma, 1 agente atingido por disparo de arma de fogo.

“Agentes de segurança incluem policiais civis, militares, federais, guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros e militares das forças armadas – na ativa, na reserva e reformados”, de acordo com a plataforma.

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