Policia Civil cria força tarefa contra ferros-velhos

De acordo com Delegado Felipe Santoro, muitos ferros-velhos compram peças roubadas e isso alimenta a criminalidade em toda cidade

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Foto: Divulgação

Em novembro de 2021, os óculos da estátua de Carlos Drummond de Andrade, um dos símbolos da calçada de Copacabana, foram roubados pela 12ª vez. Em 20 anos de instalação, a peça metálica já foi furtada treze vezes. O Monumento em homenagem a Noel Rosa, na Vila Isabel, também já foi roubado diversas vezes e mais de 135 mil reais foram gastos na reposição de peças ao longo dos anos. Através de investigação da autoria do crime, pode-se ter uma certeza: ferros-velhos estavam comprando metais roubados por usuários de droga, que buscavam dinheiro para financiar seu vício.

Em seu depoimento, na 13ªDP (Ipanema), o autor do roubo, Ismael Ribeiro, morador da Cidade de Deus, na Zona Oeste, disse que vendeu a peça por R$ 3 a um taxista. Mas que “costuma furtar e vender objetos de seus furtos no ferro velho que se localiza na comunidade do Pavão-Pavãozinho, (…) que em nenhum momento os responsáveis pelo local questionam a origem do material furtado; que o ferro-velho paga cerca de R$ 3 por quilo de metal, e que assim ele financia o seu vício em crack”.

O ferro-velho citado por Ismael foi interditado na última quinta-feira, (11/05), pelo delegado Felipe Santoro, titular de Ipanema. “Em tese, o local funciona de forma regular, com documentação em dia. Mas é um instituto de reciclagem, com fins criminosos”, afirmou. O ferro-velho era investigado desde o furto dos óculos, em setembro do ano passado. Durante a investigação, policiais filmaram possíveis usuários de drogas colocando metais em caminhões que trabalham de forma itinerante recolhendo as peças. “O local era responsável pela aquisição de grande parte dos bens subtraídos na circunscrição e isso estimulava a prática de crimes. Arrecadamos computadores, uma balança e alguns bens que serão periciados para determinar sua origem, como joias”, disse Santoro.

Na semana passada, o secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, criou uma força-tarefa para o combate de furto de metais. Um levantamento, feito pelo coordenador do grupo, delegado Felipe Curi, mostrou que é comum presos pelo crime retornarem rapidamente às ruas, sendo detidos novamente, pelo mesmo delito. Foi o caso de F.M.A de Souza: preso em abril de 2020, conseguiu a liberdade dois dias depois. Já em 2021, fora preso em 09 de fevereiro; solto no dia seguinte. Com somente 24 horas liberto, ele foi preso em flagrante pelo mesmo crime, em 11 de fevereiro e ganhou a liberdade dois dias depois.

Soltura e a reincidência não é exclusiva dos furtadores: donos de empresas também. J.T.Correia, de 65 anos, proprietário de uma recicladora, foi preso em 06 de abril de 2019, ganhando a liberdade no mesmo dia. Cerca de um ano depois, fora preso novamente, ganhando a liberdade no dia seguinte. Nos dois casos, ele tinha sido preso em flagrante por receptar metais furtados.

” Essa força-tarefa é fruto desse estímulo e certamente vai atingir resultados importantes no combate ao furto e comércio ilegal de metais”, afirmou o governador Cláudio Castro.

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