A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram, nesta terça-feira (27/11), a Operação Damas de Ouro, com o objetivo de prender José Marcos Chaves Ribeiro, ex-motorista da socialite Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos. Ele é acusado de crimes como tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado, violência psicológica e furto qualificado.
Acusações e contexto do caso
José Marcos teria mantido Regina isolada de familiares e amigos por cerca de 10 anos, enquanto administrava seu patrimônio. A socialite é viúva e herdeira do empresário Nestor Gonçalves, fundador da marca de cartas de baralho Copag.
A investigação conduzida pela 12ª DP (Copacabana), que começou em novembro de 2022, apontou uma série de irregularidades, incluindo:
- Tentativa de feminicídio: baseada em um episódio ocorrido em 30 de dezembro de 2021, quando Regina foi hospitalizada com uma lesão na cabeça, precisando ser operada. Nenhum familiar foi informado da internação.
- Sequestro e cárcere privado: isolamento da vítima em casa, sem contato com parentes ou amigos.
- Violência psicológica e furto qualificado: alegações de abuso emocional e apropriação indevida de bens.
Medidas judiciais
A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica ofereceu denúncia contra José Marcos, que foi aceita pela 4ª Vara Criminal. Entre as determinações da Justiça, estão:
- Prisão preventiva do réu.
- Desocupação da mansão localizada na Rua Capuri, 1.161, em São Conrado, onde José Marcos administrava o imóvel e o alugava a terceiros.
- Busca e apreensão no imóvel e em outros apartamentos de Regina na Avenida Prefeito Mendes de Morais, também em São Conrado.
- Medida protetiva: José Marcos está proibido de se aproximar de Regina a menos de 500 metros e de entrar em contato com ela por qualquer meio.
Disputa patrimonial
O caso também envolve uma disputa jurídica sobre o controle dos bens de Regina. José Marcos alega ter tido um relacionamento amoroso com a socialite, que nega as acusações.
Há um documento de união estável registrado em 2021, quando José Marcos tinha 50 anos e Regina, 85. A escritura, que inclui dois atestados psiquiátricos atestando a saúde mental de Regina, é alvo de contestação por parte dos advogados da vítima.
O caso Regina Gonçalves
Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos, é uma socialite carioca conhecida por sua vida social ativa e por residir no icônico Edifício Chopin, em Copacabana, Rio de Janeiro. Viúva do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, empresa famosa por produzir baralhos, Regina herdou uma fortuna significativa após a morte do marido em 1994.
Em abril de 2024, vieram à tona denúncias de que Regina teria sido mantida em cárcere privado por seu ex-motorista e companheiro, José Marcos Chaves Ribeiro, durante aproximadamente 10 anos. Segundo relatos, José Marcos a teria isolado de amigos e familiares, controlando suas comunicações e restringindo sua liberdade. Além disso, há acusações de que ele teria se apropriado de bens valiosos, incluindo joias e obras de arte, e vendido propriedades sem o consentimento dela.
A situação se agravou quando, em janeiro de 2024, Regina conseguiu fugir do apartamento onde estava confinada e buscou ajuda junto a familiares. Posteriormente, ela obteve medidas protetivas contra José Marcos, que foi indiciado por crimes como tentativa de feminicídio, sequestro, cárcere privado, violência psicológica e furto qualificado.
O caso ganhou ampla repercussão na mídia, destacando questões relacionadas à vulnerabilidade de idosos e à importância de redes de apoio para prevenir abusos. Atualmente, Regina está sob os cuidados de familiares e amigos próximos, enquanto as investigações e processos judiciais contra José Marcos prosseguem.