Alguns meses atrás escrevi que queriam mudar o nome oficial da Ponte Rio-Niterói, Ponte Presidente Costa e Silva, para Ponte Herbert Souza. Chamei de imbecilidade, a mudança tinha sido proposta por Chico Alencar (PSol-RJ) alegando que ele foi presidente do Brasil durante o governo militar e um dos responsáveis pelo AI-5, o que é verdade. Mas se for pensar assim deveríamos mudar o nome de várias vias, a começar pela Avenida Presidente Vargas, afinal, Vargas foi um ditador, tendo envolvimento até com os nazistas.
Pois o Ministério Público Federal, fugindo de suas atribuições e usando o dinheiro público para a ação (afinal tempo é dinheiro e gastar tempo com isso é gastar meu, o seu, o nosso dinheiro) pediu a retirada do nome da ponte, que argumentou que “Costa e Silva foi autor de grandes violações contra o povo brasileiro, responsável pelo endurecimento da ditadura militar e, por isso, não deve ter seu nome em um logradouro público”.
Pois o juiz federal Alberto Nogueira Junior mostrou-se uma magistrado são e disse que a medida era impossível se tomar por via jurídica, já que é uma questão política a ser tomada pelos representantes da sociedade no Legislativo.
O melhor foi quando disse que se o raciocínio do MPF fosse levado ao extremo:
“até mesmo os registros de nascimento e óbito do ex-Presidente Costa e Silva deveriam ser eliminados, afinal, os documentos também integram o patrimônio cultural brasileiro”.
“idêntica providência teria que ser tomada com outros documentos históricos, como o selo Centenário de Portugal, contendo a efígie do Presidente Getúlio Vargas”
Quem não gostou que atravesse a Baía de barca.
Fonte: O Dia