Na noite desta segunda-feira (12/02), a Portela, escola tradicional de Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio, brilhou na Marquês de Sapucaí com um desfile que emocionou e encantou o público. Com o enredo “Um Defeito de Cor”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, inspirado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves, a Portela proporcionou uma verdadeira aula de negritude, maternidade e dignidade.
O samba, puxado por Gilsinho, não apresentava um refrão fácil, sendo quase uma obra literária em forma de música. O carnavalesco Antônio Gonzaga adiantou que o projeto é uma homenagem dedicada a todas as mães e uma demonstração de afeto e gratidão por sua recente chegada à escola, ao lado de André Rodrigues.
A presença marcante de personalidades como Adriane Galisteu, que desfilou acompanhada do filho Vittorio pelo segundo ano consecutivo, trouxe ainda mais brilho ao desfile da Portela. Galisteu destacou o significado de sua fantasia, que celebra mulheres poderosas como Tia Doca e Tia Ciata, ressaltando a importância de contar a história da Portela através do poder do Sagrado Feminino.
Por sua vez, Bianca Monteiro, rainha de bateria da escola, abriu mão de uma fantasia convencional e optou por desfilar com o corpo pintado de preto, representando Oxum e exaltando a ancestralidade africana. Em uma entrevista, Bianca compartilhou os desafios de sua performance, revelando que foram horas de preparação sem pausas para ir ao banheiro ou beber água.
Além disso, a presença de Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, no último carro da Portela, trouxe um momento de comoção e reflexão sobre a violência que assola muitas mães brasileiras, que perderam seus filhos para a violência.