Um dos pontos de referencia da capital do Rio de Janeiro, o Porto Maravilha, na Região Portuária, vem trazendo resultados de um novo caminho, o residencial. Nas partes onde já foram revitalizadas, aproximadamente, 4.661 novas unidades residências estão sendo erguidas ou já estão com a construção prevista. O presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Guerrante, disse, ao jornal O Globo, que quase três mil desses imóveis já foram vendidos. Em breve, o presidente da CCPar espera estar anunciando outros residenciais na região.
Na última sexta-feira, ocorreu o pré-lançamento do maior empreendimento da região — o Porto Carioca, com cinco torres. “Nossa expectativa é que se mantenha a procura pelos residenciais. Estamos em negociação adiantada com cinco terrenos. Acredito que esses negócios sejam fechados ainda este ano. Há conversas com mais um empreendedor, embora nem tão adiantadas”, disse.
O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ), Marcos Saceanu revela estar contente com os resultados e informa que a região do Porto é ideal para ser residencial.
“Do ponto de vista dos conceitos imobiliários, a área central da cidade, onde incluo o Centro e o Porto, tem os principais: transportes, emprego, cultura e lazer. E, à medida em que há residências, chegam os serviços e o comércio para atender à essa demanda”, conclui Saceanu.
Porto Carioca
Da Emccamp, o Porto Carioca terá 1.472 unidades residenciais (10% delas pré-reservadas) e quatro lojas comerciais. As obras terão início este ano, sendo concluídas em até 36 meses. As unidades de dois quartos serão comercializadas a partir de R$ 299,9 mil, e as de três quartos a partir de R$ 517,9 mil, com opções de varanda gourmet. O pré-lançamento teve a presença do prefeito Eduardo Paes. As vendas já começaram e vão bem.
“Nosso estande tem recebido, em média, mais de cem pessoas interessadas no nosso produto. A expectativa é que 50% das unidades sejam vendidas nas próximas semanas”, estima André Campos, vice-presidente da Emccamp.
Através das redes sociais, Eduardo Paes comemorou o grande sucesso do Porto Maravilha. “O que está acontecendo agora no Porto é a maior transformação urbana na história do Rio em décadas e muda a lógica de expansão territorial para a expansão de áreas já consolidadas. Aos mais pessimistas – que já declaravam a falência do Porto Maravilha- informo que o Reviver Centro vai pelo mesmo caminho”, expressa Paes.
Comerciais: 35% vagos
O último lançamento no Porto aconteceu em 2017. Há expectativa, contudo, quanto ao retrofit do prédio do antigo Moinho Carioca, que teve o projeto aprovado pela prefeitura. Na área, há ainda esqueletos de um hotel (Praia Formosa) e de três torres inacabadas (Porto Vida), que, de acordo com Guerrante, estão tendo os projetos modificados.
A despeito da crise e da pandemia, os comerciais instalados na região estão com um percentual de lajes corporativas alugadas bem maior do que o da região do centro financeiro da cidade.
Evie Kempf, diretora nacional da Binswanger Brazil, empresa de consultora imobiliária, afirma que há apenas 35% de vacância nos 180 mil metros quadrados de lajes corporativas do Porto. “Na cidade, esse percentual, hoje, é de 40%. Entre 2010 e 2012, a taxa variava de 8% a 10%”, conta Evie.
Responsável pela gestão de ativos no Rio da OR, que construiu o Edifício Novocais do Porto, Diego Campos confirma que a procura por locação comercial na região tem melhorado e já passou dos 50% de ocupação do prédio.
O Porto Maravalley começa a sair do papel este mês. Um antigo galpão da CCPar será reformado e terá, num espaço de 10 mil metros quadrados, uma unidade do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e um hub de empresas de tecnologia.