Praia do Arpoador receberá festa em celebração ao Dia de Iemanjá

Evento acontece na próxima quinta (02/02), das 15h às 22h, e contará com grupos de jongo, afoxé, samba e maracatu

Praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro - Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Na próxima quinta-feira (02/02), a Praia do Arpoador, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, será palco de uma festa em celebração ao Dia de Iemanjá. Idealizado pelo músico Marcos André, o evento acontecerá das 15h às 22h e receberá representantes de casas de umbanda e candomblé de linhagens centenárias, além de grupos de jongo, afoxé, samba e maracatu, a fim de celebrar a divindade dos mares em sua data simbólica.

Marcos, que atua há 27 anos em quilombos de jongo do Vale do Café e em projetos culturais em Madureira, mobilizou cerca de 120 mestres, líderes religiosos, artistas e filhos de santo, integrantes de 10 grupos grandes, para o ritual na rede de comunidades tradicionais que coordena.

”Em 2020, sozinho no meio do isolamento da pandemia, senti muito forte a presença dos guias espirituais e tive uma revelação importante: um chamada para, junto com os meus, reunir as famílias dos terreiros e quilombos que participo para fazer uma festa de tambor nas areias da praia no Dia de Iemanjá. Os cariocas precisavam naquele momento pedir paz, equilíbrio e harmonia para as suas cabeças agitadas pela pandemia, mortes e pelo desgoverno que passamos”, recorda.

”No Candomblé, Iemanjá é justamente o Orixá que cuida do equilíbrio e paz das nossas cabeças, coisa que a gente precisa muito hoje. Ela é querida por todos, tem o poder de nos unir. Era uma hora importante também dos terreiros voltarem para as praias cariocas no Dia de Iemanjá. Uma rica tradição nossa que diminuiu muito. Uma afirmação e celebração da importância do tambor na história dessa cidade”, complementa ele.

A celebração, que começou em 2 de fevereiro de 2022, nas areias da Praia do Flamengo, marcando a abertura do Festival Multiplicidade, de Batman Zavareze, cresceu e, este ano, o axé para Iemanjá ocupará as pedras do Arpoador com um número ainda maior de casas e grupos de matriz africana. Todo o ritual de oferendas será liderado pelo lendário Mestre Bangbala, de 103 anos, o Ogan mais antigo do país em atividade e patrono do Dia de Iemanjá no Arpoador.

Afinado com os novos tempos da sustentabilidade e proteção dos mares, o antigo mestre é categórico: ”Todas as oferendas do ritual serão biodegradáveis. Pedimos ao público que não leve plástico, vidro ou madeira. É uma saudação à Rainha do Mar, à sua morada e às forças da natureza. Somente flores e frutas serão oferecidas nas águas.”

Vale destacar ainda que, ao final da celebração, o público será convidado para um mutirão de limpeza das areias e pedras ao redor da festa.

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