Preços de aluguéis não serão afetados imediatamente pela 2ª queda seguida do IGP-M

Em maio, a FGV havia registrado um recuou de 1,84% no indicador. Em abril, o índice já havia apresentado queda de 0,95%

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Imagem meramente ilustrativa / Creative Commons

Um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira (30), identificou uma tendência de queda do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), no mês de maio: 1,84% –  o segundo consecutivo. O IGP-M já havia registrado um recuo de 0,95%, em abril deste ano. De acordo com a FGV, o índice apresentou uma queda de 2,58% no ano e de 4,47% em 12 meses.

Ainda assim, os efeitos na ponta serão de baixo impacto, uma vez que, por conta da pandemia, a maioria dos contratos de aluguel passaram a ser regidos pelo IPCA (a inflação oficial do país). Sendo assim, um possível recuo nos preços dos aluguéis está atrelado, atualmente, a outros indicadores econômicos.

Para que o inquilino consiga negociar descontos no aluguel, com base no IGP-M, é necessário que determinadas cláusulas contratuais estejam previstas, entre elas que o índice esteja fixado como única alternativa de reajuste; que as variações previstas sejam positivas ou negativas; e que o proprietário do imóvel não possa pedir a unidade de volta, excetuando casos de descumprimento contratual ou da Lei pelo Inquilinato.

Em entrevista ao G1, Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, explicou que, dependendo da data de vencimento, os contratos atrelados ao IGP-M devem demorar a registrar a queda do índice. Para os contratos regidos pela IPCA, os recuos só devem impactar os valores quando a deflação do IGP-M influírem nos índices de inflação ao consumidor.

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A trocas da regência contratual dos índices, IGP-M pelo IPCA, foi aconselhada por especialistas para as negociações entre proprietários e inquilinos, para os valores dos aluguéis. A opção pelo IPCA foi embasada no fato de o indicador refletir, de forma mais adequada, o custo de vida da população, impactando o dono do imóvel, cuja renda será reajustada adequadamente, quanto do inquilino, que terá um reajuste alinhado aos demais preços.

Marco Caruso destacou que os repasses da queda do IGP-M para o IPCA tendem a acontecer em até três meses. Ele lembrou ainda que o Brasil deve registrar, nos próximos meses, uma tendência de queda nas taxas da inflação oficial.

“Vemos uma janela favorável de inflação por um tempo. Nas nossas contas, o melhor momento para o IPCA de 12 meses fica entre junho e julho, mas a partir desse ponto já vira outra situação”, disse o economista ao G1, lembrando que o indicador deve registrar uma elevação no segundo semestre. “A projeção é que o IPCA chegue próximo de 3,5% na metade do ano, mas quando olhamos para o final do segundo semestre, os números já giram em torno de 5,5%”, destacou o especialista.

De acordo com o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, a nova queda do IGP-M é resultado do recuo do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice geral e absorve as variações dos preços no setor atacadista. Em maio, segundo Braz, o IPA sofreu uma queda de 2,72%, o que representou a maior deflação da sua série histórica. O índice já havia registrado um recuo de 1,45%, no mês de abril.

“A deflação registrada no índice ao produtor foi influenciada pela redução dos preços de cinco grandes commodities que, juntas, respondem por aproximadamente 25% do peso total do IPA. Entre essas, vale citar o comportamento dos preços do minério de ferro (de -4,41% para -13,26%) e da soja (de -9,34% para -9,40%)”, teria afirmado André Braz, por meio de nota oficial, conforme reportou o G1.

Em maio, no entanto, Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% no índice geral, apresentou alta de 0,48%, após apresentar um acréscimo de 0,46%, em abril. O grupo alimentação teria impactado a alta do indicador, apresentando uma variação de 0,36% para 0,79%, entre os meses de abril e maio. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), subiu 0,40% no período, após alta de 0,23%, em abril.

As informações são do G1.

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