O filme nacional Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz estreia em 1º de setembro. O Brasil é um país famoso por ter uma conexão forte com a espiritualidade. Um país de base católica, mas que devido a sua história recebeu diversas religiões e filosofias. A gente tem, por exemplo, uma religião brasileira, a umbanda, que mistura exatamente conceitos do cristianismo com o candomblé realizando um sincretismo único.
Além disso, nosso país reúne o maior número de espíritas em todo o mundo. Tudo começou no século XIX, com o francês Denizard Hippolyte Leon Rivail, o famoso Allan Kardec. Atualmente, a Federação Espírita Brasileira (FEB) conta com aproximadamente dez mil instituições espíritas. No mundo, a cada três seguidores de Kardec, um é brasileiro.
Todos já vimos diversos casos onde a espiritualidade é utilizada de forma negativa visando manipular pessoas ou tomar dinheiro para satisfazer a ganância de uns poucos, e tantos outros crimes gritantes. Isso acontece em qualquer religião. Não é um problema especificamente religioso, mas humano. Há muitos, digamos, símbolos de espiritualidade, gurus, e sacerdotes de linhas variadas que seguem ou seguiram caminhos maléficos.
José Pedro de Freitas, Zé Arigó
O médium mineiro Arigó parece ter sido uma situação diferente. Ele supostamente recebia o espírito do Dr. Fritz, o qual, por sua vez, já teria utilizado diversos outros médiuns posteriormente para se manifestar. O filme Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz conta com o ator Danton Mello, em boa atuação, como Arigó, ao lado da esposa Arlete, vivida por Juliana Paes. Durante os créditos há fotos e vídeos reais da época, impressionantes.
Zé Arigó trabalhou durante vinte um anos fazendo cirurgias espirituais, sem ter conhecimento de medicina, e sem anestesia. Virou um fenômeno, tendo sido preso duas vezes, e tema de várias reportagens e programas televisivos que buscaram investigar os assombrosos eventos em que participou, como Linha Direta, da rede Globo. Foi estudado até por cientistas da NASA, agência espacial estadunidense, que concluíram, em 1966, que Arigó acertara 96% de mil diagnósticos analisados.
Na entrevista coletiva do filme, o ator Danton Mello lembrou que era quase ateu e fazer parte desse projeto ajudou a rever sua espiritualidade, enquanto a atriz Juliana Paes afirma que fortaleceu a própria fé. O filme é baseado no livro Arigo: Surgeon Of The Rusty Knife, lançado pela primeira vez em 1972, pelo jornalista norte-americano John G. Fuller.
Enfim, qual era a verdade? Arigó era charlatão ou fenômeno sobrenatural? Qual o poder da fé? A película deixa no ar ainda outro questionamento: a vida é para realizar as missões que Deus nos dá?