Prefeitura de Búzios tenta preservar rocha africana rara encontrada em praia local; saiba mais

Secretário de Cultura e Patrimônio Histórico da cidade se reuniu com representantes do Governo do Estado para falar de descoberta recente feita por geóloga

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Reunião entre a Prefeitura de Búzios e o Governo do Estado sobre rocha africana encontrada no Quilombo de Baía Formosa - Foto: Divulgação

Na última segunda-feira (27/02), o secretário de Cultura e Patrimônio Histórico de Armação dos Búzios, Luiz Romano Lorenzi, se reuniu com representantes do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) para buscar apoio junto ao Governo do Rio de Janeiro em relação à preservação da rocha africana descoberta no último dia 15/02 pela geóloga Kátia Mansur, na Baía Formosa. O encontro foi mediado pelo conselheiro estadual de Tombamento, Manoel Vieira.

De acordo com Kátia, essas rochas foram separadas vulcanicamente há 130 milhões de anos, deixando uma parte que pode ser chamada de ”África geológica” em Búzios e, justamente, no Quilombo da Baía Formosa, que recebeu africanos escravizados no período colonial.

Já Luiz Romano, certo de que a descoberta tem muito significado e urgência de proteção, redigiu o pedido de tombamento da rocha, que é um registro que a África deixou em Búzios quando da separação dos continentes.

”Tão importante ou mais que a descoberta geológica é o que ela representa para a comunidade tradicional que ocupa esse território de forma secular. É muito provável que seja o único quilombo do Brasil que tenha um fragmento geológico da África nele, e entendo que isso seja um fato muito representativo para todas as comunidades quilombolas do Brasil que hoje lutam pelo reconhecimento de sua cultura”, disse Romano.

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O secretário assumiu ainda o compromisso, junto ao INEPAC, de reunir representantes dos Quilombos de Búzios e a comunidade científica para, de maneira conjunta, traçarem a forma com que esse registro geológico será preservado.

”É uma descoberta importante, que se dá num contexto cheio de simbolismos. E para o Inepac é uma honra fortalecer as políticas de preservação da geologia e da cultura afrodescendente. Afinal, o instituto começou essa política com a proteção da Pedra do Sal, na década de 1980, a pedido de Joel Rufino. Recuperou seu legado com o tombamento do terreiro de candomblé Ilê Axé Opó Afonjá, em São João de Meriti, em 2016, a pedido do Frei Tatá e da Mãe Regina. E agora vai novamente revolucionar com o tombamento desse achado geológico fantástico feito pela professora Kátia Mansur”, destacou Ana Cristina Carvalho, diretora-geral do Inepac.

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