Nesta sexta-feira (19/04), a Prefeitura do Rio de Janeiro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmaram parceria para a criação do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral na cidade.
O museu funcionará no prédio do atual Centro Cultural do TSE, localizado na Rua Primeiro de Março, região central da capital fluminense, e sua concepção será feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele deve ser inaugurado em 2026.
”Eu pertenço a uma geração que já cresceu com o Brasil vivendo a sua redemocratização e que se acostumou com eleições livres e com as instituições funcionando. Todos nós vimos o que se tentou no início do ano passado no Brasil, naquela tentativa de golpe de estado, de ruptura institucional. Acho que temos a obrigação de ficar lembrando disso, educando a importância de defender os valores da democracia. Esse museu serve para reflexão e esse olhar atento permanente”, afirmou o prefeito Eduardo Paes, presente no evento de divulgação.
O novo local para exposições é fruto de acordo de cooperação entre o TSE e a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. O termo foi assinado no dia 11 de dezembro de 2023.
O museu tem como missão contribuir para o conhecimento político, histórico, cultural e econômico do Brasil ao propor leituras de um mundo em intensas transformações. Em suma, será um espaço de convivência social, educação, conhecimento científico e manutenção das liberdades civis e políticas.
”A ideia desse museu é contar e perpetuar na história toda essa trajetória da justiça eleitoral na construção de uma verdadeira democracia no Brasil. Desde o início da República, o Brasil sofreu, infelizmente, inúmeros episódios de exceção. Hoje, nós vivemos o maior período de estabilidade democrática do Brasil republicano. Isso deve ser comemorado, mas estabilidade democrática não significa tranquilidade e paz total. Significa a resistência e a resiliência das instituições contra eventuais ataques à democracia. Tudo isso precisa ser documentado, explicado e ficar na memória das próximas gerações. Essa é a ideia básica do museu. Aqui, vamos poder contar como a justiça eleitoral conseguiu avançar”, afirmou, por sua vez, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, agradecendo a presença do governador Cláudio Castro na cerimônia.
No museu, serão expostas obras que fazem referência a valores fundamentais para a convivência democrática, como justiça, educação e tolerância, entre outros.
O acervo também será composto de criações que tratam de manifestações populares, constituições, imprensa e resistência do processo democrático.
Durante a cerimônia, foi apresentada uma imagem da primeira peça que vai compor a exposição: a reprodução fotográfica ”8 de Janeiro”, idealizada pelo artista brasileiro Vik Muniz, com detritos, cartuchos de bala, estilhaços de vidro e restos de carpete recolhidos após a invasão de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no Distrito Federal.
Os principais marcos históricos do processo democrático brasileiro serão lembrados desde a colônia, passando pelo Império, República, Ditadura e República Cidadã. O museu fará os visitantes refletirem e pensar sobre democracia, em projeções de vídeos com fotos e animações.
Uma das atrações que mais deve chamar a atenção será a sala do voto, onde objetos históricos vão remeter à evolução do sistema eleitoral, apresentando cédulas, urnas, fotos e experiências. Um jogo interativo também promete animar os visitantes para conhecerem sobre as democracias de todo o mundo.
O local
O prédio do atual Centro Cultural do Tribunal Superior Eleitoral é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e considerado um local simbólico para a democracia brasileira, que testemunhou a passagem de algumas das principais manifestações populares do Rio, entre elas a ”Passeata dos Cem Mil” e o movimento das ”Diretas Já”.
O espaço foi inaugurado em 1896 para sediar o Banco do Brasil e ambientou também o Supremo Tribunal Federal (STF), entre 1902 e 1909, e a Justiça Eleitoral, de 1946 a 1960.
No local, foram diplomados presidentes e vice-presidentes, como Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Isso mesmo faraós, gastem dinheiro com nada.
Ruas esburacadas, escolas em frangalhos, UPA’s abandonadas, hospitais deteriorados com o tempo… e tantos outros problemas que a cidade tem que fica impossível enumerá-los.
Pensando bem, quem precisa de escolas, hospitais e UPA’s, não é mesmo??!!!