Entre nós, vamos ser sinceros, há uma má vontade enorme com o governo Crivella. Ok, ok, ok, ele merece… mais mete os pés pelas mãos do que o normal, mas vá lá. Um colunista que elogiava Cabral e Eike Batista, resolveu pegar no pé em sequência da atual Prefeitura, até de algumas de suas boas ideias, como é o caso do “Manual de Boas Práticas na Web“, escrito em linguagem simples e informal, o Manual abrange temas como por que a Prefeitura do Rio está na mídia digital, sobre a conduta dos servidores públicos, linhas gerais sobre canais digitais como e-mail, redes sociais (Facebook), redes de microblog (Twitter), agregadores multimídia (Instagram), YouTube e Wikipédia. É o primeiro do tipo em qualquer esfera de governo no Brasil, ou seja, uma iniciativa incrível.
Veja bem, para quem trabalha em comunicação e entende um pouquinho que seja de governo, sabe da necessidade que tem de se padronizar as informações repassadas, para que não haja ruídos, o que pode gerar confusão. Por exemplo, algo que a Secretaria de Urbanismo fala, não pode ser diferente do que disse a Secretaria de Comunicação. Afinal, isso pode gerar prejuízo para a população que não sabe em quais dos canais pode confiar.
E a ideia é que seja uma comunicação clara e objetiva. E o manual. que você pode baixar aqui, ressalta exatamente isso, que a missão da comunicação da Prefeitura tem de ser informar e prestar serviço a população. O que é um avanço para quem viu tantas “Prefs” na última legislatura, que mais usavam o canal oficial para Memes e Humor, do que exatamente para falar com o cidadão sobre aquilo que o interessa.
E até aí tudo bem, o que tem gerado reclamação seja a 4ª parte do manual que trata da conduta dos servidores públicos na internet. É que se pede a eles que tomem alguns cuidados, como:
- Não comentar ou divulgar qualquer informação privilegiada ou confidencial de seu ambiente de trabalho.
- Ser claro ao opinar sobre assuntos diversos. Lembre-se de que sua opinião não necessariamente representa a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
- Se você é identificado como um funcionário da Prefeitura ou se é uma pessoa pública, como um secretário, subsecretário, superintendente, presidente de companhia pública, presidente de autarquia, entre outros, tome cuidado para não publicar textos ou fotos que, mesmo inadvertidamente, desabonem a sua imagem como servidor
- Todos os perfis, páginas ou blogs podem ser usados para identificar um funcionário ou servidor da Prefeitura. Além de evitar comentários que possam desabonar seu trabalho, cada um tem a responsabilidade de agir com o respeito à diversidade sexual, religiosa, política e social que tornam o Rio de Janeiro uma cidade de todas e de todos
Veja bem, ninguém gosta de dizer o que pode ou não fazer na internet. Mas se você ocupa um cargo importante, especialmente no governo, tem de tomar cuidado, muito cuidado com o que fala, inclusive se falar com ironia (ironia é difícil entender, vai por mim). Inclusive, na iniciativa privada há vários casos de demissão de alguém que resolveu fazer uma brincadeira no Facebook ou no Twitter e foram demitidos (um dos casos mais célebres foi da diretora de uma start up que comentou no Twitter que ia pegar um avião para a África do Sul e esperava não pegar AIDS, quando seu avião pousou, estava demitida). Bem, seria bom os servidores ficarem atentos, especialmente em assuntos religiosos, qualquer postagem pode gerar uma confusão daquelas.
Mas sabe o que está gerando uma confusão danada mesmo? Não são as 43 páginas do Manual, é o comentário sobre uma hashtag que não deve ser utilizada… Veja um print da coluna do Ancelmo
O que é interessante, que Ancelmo na sanha de criticar qualquer coisa reclama de uma hashtag usada como exemplo do que não se deve usar… Quem sabe se ele tivesse a mesma vigilância quando chamava Eike “Sempre Ele” Batista, ou elogiava Sergio Cabral, talvez não estivéssemos melhor.
Interessante foi ver secretário usando como base essa nota do Ancelmo, e reclamar do Manual no Facebook, em público… não estavam precisando?