Nesta quarta-feira (30/12), a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, trouxe de volta a vegetação de restinga para as areias da praia de Copacabana, com a implantação do primeiro trecho e o plantio de 1.800 mudas nativas, entre elas a Eugenia Copacabanensis, espécie descoberta no bairro e classificada como ameaçada de extinção.
O primeiro trecho de vegetação de restinga da praia de Copacabana foi implantado numa área de 300 metros quadrados, em frente à Rua Santa Clara, no Posto 4, onde já existem 24 coqueiros, que foram preservados.
A maior parte das espécies nativas a serem plantadas no local são de Hydrocotyle, a popular Salsa da praia, por ser típica para forração do solo e tolerante ao sombreamento proporcionado pelos coqueiros. As cerca de 40 mudas da Eugenia copacabanensis que serão plantadas no local ocupam a área central do trecho protegido por mourões.
Descoberta nas areias de Copacabana no final do século 19 pelo paisagista e botânico francês Auguste Glaziou, Eugenia, a Princesinha de Copacabana, como ficou conhecida, foi considerada ameaçada de extinção com o avanço da urbanização do bairro, no século 20, que dizimou a vegetação de restinga das areias da praia. Só mais recentemente, depois de sua redescoberta em Maricá, litoral do Estado do Rio, a Eugenia foi trazida de volta a Copacabana, por meio do plantio de algumas mudas no Parque da Chacrinha.
“A ideia veio de uma demanda dos moradores para restabelecer, na orla de Copacabana, a vegetação de restinga que havia aqui no passado. Nós aproveitamos para incluir no projeto a Eugenia Copacabanensis, que é a árvore símbolo do bairro e que existia por toda a orla. A partir de agora, os moradores vão poder observar não só essas espécies, mas também, a fauna de volta para esta que é a praia mais famosa do mundo”, comemorou o Secretário de Meio Ambiente, Bernardo Egas, que participou do início do plantio das mudas de restinga.
O Secretário de Meio Ambiente inaugurou também nesta quarta-feira as guaritas de controle de acesso aos parques municipais da Prainha e de Grumari, no Recreio. Os abrigos de segurança vão ser ocupados por guardas do destacamento de Defesa Ambiental da Guarda Municipal.
“Essa era uma antiga demanda dos gestores dos parques para que a gente pudesse ter mais controle sobre o acesso das pessoas aos parques. Queremos coibir principalmente frequentadores que promovem festas irregulares nos espaços, deixando lixo e danos ao meio ambiente, e barrar o transporte de materiais de construção para fazer obras ilegais dentro dos parques“, destacou o secretário de Meio Ambiente.
A Prainha, integrada aos 126 hectares do Parque Natural Municipal da Prainha, foi o primeiro balneário do Rio a obter a Bandeira Azul, certificado de qualidade para a praia concedido por uma instituição internacional que avalia a gestão e os cuidados com o meio ambiente de praias ao redor do mundo.
O Parque Natural Municipal de Grumari, na sequência da Prainha, abriga um rico ecossistema, com restinga nas áreas de baixada, Mata Atlântica nas encostas, áreas alagadiças e brejos, manguezal na foz do Rio do Mundo e diversas praias.
O parque de Grumari abriga uma das maiores áreas de restinga no Estado e sua conservação é apontada como uma contribuição para a preservação das espécies fluminenses. Das espécies de de restinga ameaçadas de extinção no Município do Rio de Janeiro 17 % são encontradas em Grumari. Dentre os répteis, observa-se a presença de duas formas endêmicas: a lagartixa-da-praia e a cobra-de-duas-cabeças.