Pesquisa realizada pela empresa Enauta, em parceria com Núcleo de Estudos em Manguezais (NEMA), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), avaliou o desempenho das florestas de mangue do Estado do Rio na mitigação do aquecimento global. O estudo, que durou dois anos e contou com a participação de 18 pesquisadores, contabilizou a quantidade de carbono estocada em todas florestas de mangue fluminenses, além de analisar a eficiência das unidades de conservação costeira na contensão da degradação dos manguezais e a sua capacidade de retenção de carbono.
Os pesquisadores verificaram que os 14,7 mil hectares ocupados pelas florestas de mangue – o equivalente a mais de 14 mil campos de futebol – estocaram 6,88 milhões de toneladas de carbono. O valor monetário de tal estoque somaria mais de meio bilhão de reais.
Foram analisados cinco Sistemas Costeiros integrados pelas principais florestas de mangue: Baía de Guanabara, Baixada de Jacarepaguá, Baía da Ilha Grande, Baía de Sepetiba e Baixada Norte Fluminense. Na pesquisa, pioneira em território nacional, foi quantificado o carbono associado às árvores de mangue, desde as raízes ao solo do ecossistema. O estudou encontrou valores estimados em quase meia tonelada de carbono em uma área equivalente a um campo de futebol.
“A Enauta, através da cláusula de P&D da ANP, investe sistematicamente em projetos de pesquisa e desenvolvimento que aprimoram o conhecimento e a capacidade de gestão sustentável dos ambientes marinhos e costeiros. Foram dois anos de trabalho que nos ajudaram a determinar o estoque de carbono armazenado nas florestas de mangue do estado do Rio de Janeiro, e o seu potencial valor econômico. Este é um projeto inédito no Brasil”, explicou a Gerente de Sustentabilidade da Enauta, Rebeca Kiperman.
O pesquisador e coordenador do NEMA, Mário Soares, ressaltou que o estudo sobre sequestro de carbono em manguezais brasileiros, além de pioneiro, é amplo quanto ao seu diagnóstico.
“O projeto Mangues do Rio é um marco nos estudos acerca do papel dos manguezais, pois além da quantificação do carbono, faz um diagnóstico do nível de conservação desse ecossistema nas últimas quatro décadas, analisa o papel das unidades de conservação e estima o valor monetário do carbono armazenado”, disse o pesquisador.
Os resultados alcançados pelo projeto Mangues do Rio poderão ajudar a diversos setores da sociedade, além de servirem como base para outras pesquisas do gênero. Também será possível a elaboração de políticas públicas votadas para o meio ambiente, em parceria com Organizações Não Governamentais (ONGs) e setor privado.