1ª jornalista do país, Narcisa Amália recebe homenagem póstuma da Alerj

A Assembleia Legislativa do Rio concedeu a Medalha Tiradentes post mortem a Narcisa Amália, primeira jornalista do Brasil, como parte das ações que marcam o centenário de sua morte.

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Foto: Octacílio Barbosa/Alerj

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) homenageou, nesta quinta-feira (3), a jornalista, poeta e educadora Narcisa Amália (1852–1924) com a Medalha Tiradentes post mortem, maior honraria concedida pelo Parlamento fluminense. A iniciativa partiu da deputada estadual Carla Machado (PT) e integra as comemorações pelo centenário de falecimento da homenageada.

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Com o plenário lotado, a bisneta da jornalista, Nilza Ericson, recebeu a medalha em nome da família. Muito emocionada, agradeceu a todos os envolvidos no resgate da importância histórica e literária de sua bisavó. “Para a nossa família, essa homenagem é motivo de orgulho, honra e gratidão a todos que contribuíram para iluminar o legado da minha bisavó que, apesar do apagamento histórico, nunca deixou de ser símbolo de resistência e inovação. Pelo contrário, ressurge agora com a força para inspirar novas gerações”, afirmou.

Durante a cerimônia, a deputada Carla Machado destacou o caráter progressista da obra de Narcisa Amália, sua atuação combativa na imprensa e seu engajamento em causas humanitárias. “Ainda hoje, enfrentamos desafios semelhantes aos que ela denunciava no século XIX, e é nossa responsabilidade garantir que seu sonho de um mundo mais justo e igualitário continue vivo”, declarou. Ao final de sua fala, a parlamentar lembrou ainda da ligação da homenageada com o Kardecismo, mencionando os poemas atribuídos a ela por meio da psicografia de Chico Xavier.

A solenidade contou com a presença de estudiosos, artistas, jornalistas e representantes de instituições que mantêm vivo o legado da escritora. Entre eles, as professoras Anna Faederich (UFF) e Christina Ramalho (UFS), o historiador Bruno Costa, e a jornalista e dramaturga Cilene Guedes. Também compuseram a mesa a prefeita de São João da Barra, Carla Caputti, a presidente da Câmara Municipal, Soninha Pereira, e a diretora da Escola Municipal Narcisa Amália, Maria José Oliveira.

A atriz e educadora Beth Araujo emocionou o público ao declamar o poema “Porque Sou Forte”, que aborda os desafios de ser mulher e poetisa em uma época marcada por opressões. Todos os participantes receberam Moções de Aplausos e Congratulações, além de um vaso com violetas, flor favorita de Narcisa e nome de sua filha.

O evento foi encerrado com apresentação da banda União dos Operários, de São João da Barra, sob regência do maestro Roberto Fernandes Martins. O grupo executou composições baseadas em poemas da homenageada, com arranjos do músico Ijonnys Machado, incluindo “Africano e o Poeta” e “Recordações do Itatiaia”.

Em um momento simbólico e lúdico, a cerimônia foi finalizada com a aparição da boneca de Narcisa Amália, que saudou os convidados e reforçou a proposta de manter viva a memória da primeira jornalista profissional do país.

Além da homenagem, a Alerj aprovou a criação do Prêmio Narcisa Amália de Literatura e Jornalismo, voltado a estudantes do ensino médio da rede pública estadual que se destacarem em produção literária e de jornais escolares. A iniciativa consta no Projeto de Resolução 1.023/24, também de autoria da deputada Carla Machado.

Nascida em São João da Barra (RJ), Narcisa Amália foi poeta, escritora, tradutora, crítica literária e pioneira do jornalismo brasileiro. Atuou em diversos periódicos e usou sua escrita para combater o regime escravista e a opressão contra as mulheres, causas que marcaram sua trajetória e sua obra.

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