O Procon-RJ instaurou um processo contra os Correios por falha nas prestações de serviço. O motivo foi o aumento de 374% nas reclamações sobre os serviços da empresa entre os dias 27 de fevereiro e 4 de agosto deste ano, comparado ao mesmo período de 2019. Entre as principais reclamações, estão a não entrega do produto, atraso na entrega, inexistência de canal próprio para tratamento direto dessas reclamações e falta de informação do prazo de devolução do dinheiro no caso de produto extraviado, entre outras.
O procedimento administrativo prevê multa de até R$ 10 milhões e a empresa será intimada para apresentar relatório econômico para análise do porte da empresa. Em maio, o Procon-RJ já tinha instaurado um processo de investigação preliminar devido às reclamações e denúncias. Os Correios informaram estar tomando medidas para reverter as reclamações. Porém, como a quantidade de queixas continua crescendo, a autarquia decidiu pela instauração do Ato Sancionatório.
“A falha na prestação dos serviços indica que a ECT não vem oferecendo serviço adequado, eficiente, seguro e contínuo, conforme determina a lei. A violação continuada das normas consumeristas é fator preponderante para instauração de processo administrativo sancionatório“, explicou o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho.
Denúncias ou reclamações podem ser realizadas através dos canais de atendimento online. Pelo computador, basta acessar www.procononline.rj.gov.br. Se preferir utilizar o celular, baixe o aplicativo Procon-RJ. Também é possível denunciar através do WhatsApp (21) 9-8104 5445.
Além da demora excessiva, ainda há o descaso com o atendimento dos reclamantes e, pior, a prática de preços abusivos.
Para uma mercadoria que venha de São Paulo para Petrópolis RJ, via SEDEX, de volume insignificante, capaz de ser acondicionada em um envelope pequeno, e pesando menos de 100 g, os Correios estão cobrando astronômicos R$ 54,00, enquanto que a mercadoria em si não custa mais do que R$ 19,00.
Desta forma, o comércio digital se desenvolve à custa de compradores desavisados e displicentes, pois acabam nem reclamando das inúmeras desonestidades praticadas contra eles.
Isto sem contar que os clientes já enfrentam comerciantes desonestos, que oferecem o produto mais barato que o concorrente, porque embutem um valor do frete superior.
Isto também sem contar com os fornecedores que cobram por um produto de qualidade e entregam outro muito inferior, quando não omitem propositadamente dados do produto e culpam o cliente por não conhecerem mais a fundo o que estão comprando.
No final das contas, tanto os comerciantes como os Correios e outros meios de transporte devem ser mais fiscalizados ou o trabalho do PROCON duplicará facilmente.