Uma das potencialidades do agronegócio do Rio de Janeiro, a produção de coco não acompanha a demanda fluminense – segunda maior do Brasil. Para atender à necessidade da população, os comerciantes têm que comprar coco de outros estados, já que o Rio ocupa apenas a décima posição na produção do fruto. Atualmente, a liderança é encabeçada pelos estados nordestinos do Ceará e da Bahia.
O descompasso entre a produção e o consumo, no entanto, começa a diminuir. Em 2022, a produção fluminense bateu 13,9 milhões de cocos. No ano passado, o Estado do Rio produziu 14,5 milhões de frutos, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), que destaca o fato de o Rio ter vantagens competitivas para subir posições no ranking, entre elas está a proximidade entre as áreas de produção do fruto e o mercado consumidor, especialmente a capital fluminense, o que permite que o coco seja consumido no mesmo dia da sua sua colheita.
A produção fluminense teve o seu melhor momento entre as décadas de 1990 e 2010, ainda segundo a Emater-Rio. Mas a produção excedente fez com que o preço do coco caísse, diminuindo a margem de lucro dos produtores, que, entre 2010 e 2023, passaram de 1.835 para 628. Isso refletiu na área cultivada do fruto que, em 2010, era de 4,1 mil hectares. No ano passado, a produção de coco ocupava apenas 1,6 mil hectares do território fluminense.
Coco: Rio é um grande importador
Mesmo com os esforços da Coalizão Rio, grupo integrado por empresários e líderes políticos do Estado, muitos ramos da produção agrícola fluminense ficam aquém da demanda. Mesmo assim, a precificação da água de coco tem melhorado, bem como os investimentos no setor, que vão desde a ampliação do plantio até a industrialização do produto. Enquanto, o fruto é vendido por R$ 2,00 cada, produto envazado pode bater R$ 6,00.
Não é só no Brasil que o consumo do coco aumenta. Um levantamento realizado pela consultoria internacional Mordor Intelligence mostrou que o mercado internacional de água de coco deverá alcançar US$ 2,84 bilhões, em 2024. O Banco do Nordeste, por sua vez, prevê que até 2027, o mercado mundial deve movimentar US$ 6,81 bilhões – crescimento médio de 18% ao ano. Os dados são favoráveis ao Brasil e ao Rio de Janeiro.
Com informações do Diário do Porto