Programa da Prefeitura transforma o Centro do Rio com 17 novos projetos culturais; conheça-os

Na tarde desta terça-feira (30/01), os primeiros contratos foram oficialmente assinados com a Prefeitura do Rio; saiba quais são os projetos e um pouco da história de cada imóvel que agora volta a ser ocupado pela cultura carioca

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As construções beneficiadas pelo Infratur devem mais de 100 anos e serem tombadas por um uma entidade pública reconhecida / Fachada da Sede do Diário do Rio, no Arco do Teles, no Centro / Foto: Rafa Pereira (Diário do Rio)

O Centro do Rio de Janeiro está prestes a ganhar uma nova vida cultural com a chegada de 17 projetos artísticos e culturais, contemplados pelo programa Reviver Centro Cultural. Na tarde desta terça-feira (30/01), os primeiros 17 contratos de aluguel de lojas que estavam fechadas – a maioria na região da Praça XV – foram oficialmente assinados com a Prefeitura do Rio, marcando o início de uma fase vibrante para a região.

Os projetos variam desde espaços de arte, ateliês, música, fotografia e teatro, e todos terão a oportunidade de ocupar os sobrados e casarões antigos da parte central da cidade, assim como algumas lojas vazias há tempos. No esteio do Reviver Centro – que já licenciou quase 6.000 unidades residenciais novas a serem entregues na região nos próximos 3 anos – o Reviver Cultural vem atuar na esfera dos imóveis comerciais térreos (podendo também ocupar subsolos e sobrelojas desde que como continuidade de uma loja térrea), ocupando alguns pontos comerciais vazios desde a pandemia com iniciativas culturais e de fundo artístico. Entre eles está o aguardado Centro Cultural do Diário do Rio, que promete ser um ponto de referência para a vida cultural da cidade, com palestras, debates e exposições sobre a urbe carioca e o centro histórico.

O projeto começou com o cadastro de cerca de 36 imóveis na região entre a Orla Conde e a Avenida Rio Branco pelas administradoras de imóveis e proprietários. Os imóveis precisavam estar em dia com o IPTU e serem exatamente na área que a prefeitura quer impulsionar. Só a tradicional Sergio Castro Imóveis, maior administradora da região, fez o cadastro de metade dos imóveis que participaram do programa, uma contribuição significativa para a concretização dessas iniciativas que trarão nova vida e vitalidade ao centro histórico do Rio de Janeiro.

Alguns proprietários, como o Bradesco e a Sociedade Reg cadastraram mais de um imóvel de sua propriedade, viabilizando a ocupação de imóveis vazios há tempos em localizações que já vinham começando a lotar, como o caso da Rua do Ouvidor junto ao Arco do Teles, região que passa por grande revitalização. Só ali no arco, foram alugadas as lojas 2, 4, 6, 11, 16 e 16-A após o anúncio do programa; saindo do Arco – que se chama Travessa do Comércio – pela Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores os dois prédios da Ouvidor em frente – 26 e 28 – também foram negociados dentro do programa.

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Abaixo a relação de projetos e um pouco da história de cada imóvel ocupado por eles. A rua do Rosário vai fervilhar, assim como o Arco do Teles e a região da Ouvidor em frente à Igreja dos Mercadores.

1. Arrecife Rio – Rua do Rosário 61 – Loja A

O Arrecife Rio será um espaço multifuncional, reunindo ateliê para artistas, exposições, intervenções artísticas, cursos de longa e curta duração, workshops e eventos sociais e culturais.

2. Centro Carioca de Fotografia – Travessa do Comércio 11

Com a cidade do Rio como tema principal, o Centro Carioca de Fotografia será uma galeria de arte dedicada à fotografia. Além de exposições rotativas, terá estúdio e escola de fotografia, promovendo passeios, festivais externos e outras atividades, no coração do Arco do Teles. Ali funcionava uma barbearia anos atrás, e depois por um curto tempo funcionou nele um ateliê do artista Ney Sayão.

3. Museu da Caricatura Brasileira – Rua Primeiro de Março 22

Este museu se instalará com um acervo montado a partir da coleção particular de Luciano Magno, caricaturista, historiador e autor da obra “História da Caricatura Brasileira”. O objetivo é resgatar, preservar e divulgar a memória da caricatura brasileira, apresentando-o de forma itinerante em exposições e por meios como a internet. O imóvel foi uma padaria durante muitos anos e fechou com a pandemia.

4. QueeRIOca – Travessa do Comércio 16

A “QueeRIOca” será um espaço para residência e produção de arte queer, realizando curadoria de artistas que farão residência na casa com peças teatrais, shows musicais, exposições, batalha de Slam, leituras, performances, palestras, oficinas, debates e seminários. Na bela loja de 4 imensas portas vermelhas funcionou por 40 anos uma editora, e estava fechado há mais de 10 anos.

5. Diário do Rio de Cultura – Travessa do Comércio 2 a 6

O projeto Diário do Rio de Cultura realizará oficinas de cultura digital e terá uma exposição permanente da história da região central da cidade. Além disso, oferecerá visitas guiadas e atendimento ao público em geral, incluindo alunos da rede pública de ensino, com atividades como vernissages e outras expressões artístico-culturais. Ocupa o espaço do tradicionalíssimo Bar Arco do Teles, que foi conhecido por ter o melhor mocotó do Centro. O imóvel estava fechado desde 2004, caindo aos pedaços, e tem dois painéis originais do pintor Nilton Bravo, dito o Michelângelo dos Botequins.

6. Casa Proeza – Rua do Ouvidor 26

A Casa Proeza pretende ser um centro de estímulo a discussões culturais. O casarão abrigará uma galeria de arte voltada à fotografia, redação da revista virtual do projeto e estúdio da Proeza Design. O portentoso prédio funcionou como restaurante por décadas. Era o “Nova Geraes”.

7. Instituto Vida em Equilíbrio – Rua da Quitanda 87

Esta ocupação promoverá espetáculos teatrais, exposições de artes visuais, música e dança na Rua da Quitanda. Também oferecerá passeios culturais com visitas guiadas a pontos turísticos do Centro, voltados para estudantes e turistas.

Estes são apenas alguns dos projetos que fazem parte do ambicioso programa de revitalização cultural no coração do Rio de Janeiro. A cidade se prepara para receber uma onda de arte, criatividade e expressão cultural como nunca antes.

8. Casa Tucum – Rua do Rosário 30

A Casa Tucum traz a riqueza da cultura indígena para o centro da cidade. Com uma loja conceito, galeria de arte, empório gastronômico e empreendedorismo indígena, o espaço busca enriquecer o imaginário comum sobre essa cultura. Na linda casa da Rosário 30 funcionava o badalado Al Farabi, livraria-restaurante e casa de cultura que hoje está na rua do Mercado e tem mesinhas na Orla Conde.

9. Galeria Refresco – Rua do Rosário 26/28

A Galeria Refresco, localizada na Rua do Rosário 26/28, será um espaço dedicado a residências artísticas, exposições e atividades pedagógicas. Sua missão é apoiar artistas que já circulam pelo centro da cidade, auxiliando em seus desenvolvimentos e explorando possibilidades comerciais, buscando parcerias com projetos similares. Em uma negociação fechada pela Sergio Castro Imóveis, a loja que pertenceu à Beneficência Portuguesa e que foi sede da primeira agência do Banco do Brasil no início do século XIX estava fechada desde que o prédio foi totalmente reformado pelo seu atual proprietário – era uma ruína até que o advogado Mauro Salomão comprou e restaurou o predio inteiro, que hoje sedia também (num andar superior) o ateliê da pintora Isabela Francisco.

10. Teatro do Mar – Rua Sete de Setembro 63

Este projeto ambicioso é a sede do Espaço Teatro do Mar, unindo aulas de teatro, cenografia, figurino, música, produção e gravação de produções audiovisuais, podcasts, eventos artísticos e uma sala de apresentações teatrais. Este imóvel que pertence à Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, abrigou diversos restaurantes durante décadas a fio, dentre eles o Club Gourmet, do chef José Hugo Celidônio e o Giuseppe Grill.

11. MetaGallery Dao – Rua da Assembleia 40

Na Rua da Assembleia, a Meta Gallery planeja instalar espaços imersivos com exposições de arte em NFT, além de divulgação de artes digitais. O local terá um display LCD de alta definição em sua fachada, expondo formas inovadoras de arte digital. A Meta Gallery também pretende oferecer oficinas, palestras, debates e eventos sobre blockchains, NFT, arte digital e tecnologias emergentes. O imóvel – que tem grande sobreloja – fica quase na esquina da rua da Quitanda e abrigou por 50 anos a agência da financeira Fininvest, tendo sido sua sede nos anos 60 e 70. Depois, foi uma barbearia que acabou fechando com a pandemia.

12. Casa Carnaval – Rua do Mercado 37

A Casa Carnaval trará a energia da maior festa popular do Brasil para além de fevereiro. O espaço está programado para apresentar exposições, cursos, produções de conteúdo e outras manifestações culturais relacionadas à indústria carnavalesca. Voltado tanto para o público carioca quanto para turistas, o projeto promete valorizar a arte do carnaval em suas diversas facetas. O espaço funcionou como bar e restaurante por muitos anos: era o Casarão 1881, fazendo referência à idade do prédio. Fechou com a pandemia.

13. Cará – Rua Sete de Setembro 43 Loja A

Localizado na Rua Sete de Setembro, o projeto Cará dialoga com o Centro de Pesquisa Avançada do Novo Samba Tradicional Onde o Coro Come – IBORU. Propõe-se como uma residência artística capitaneada por artistas plásticos brasileiros, visando a troca de experiências com projetos já consagrados e possibilitando diálogos e vivências. Ocupa a antiga loja da Richard’s, no tradicional edifício Santo Alberto.

14. Escola da Diversão – Casa Criativa Rio – Rua dos Mercadores 8-A

A Escola da Diversão, localizada na Rua dos Mercadores, 8-A, propõe ser um espaço de criatividade, oferecendo capacitação para habilidades artísticas e acompanhamento de projetos culturais. Era uma loja de decoração.

15. Ginga Tropical – Rua da Alfândega 19

A Casa Ginga Tropical promete atividades atreladas à preservação do folclore e da cultura popular brasileira. Oferecerá apresentações de dança, cursos e eventos de rua, com atividades fixas de rodas de dança e capoeira na Rua da Alfândega, 19. No local existia o restaurante Palazzoto.

16. Museu do Café – Rua do Ouvidor 28

O Museu do Café, localizado na Rua do Ouvidor, 28, será um paraíso para os amantes de café. Utilizando ferramentas multimídia, contará a história do café por meio de exposições culturais e proporcionará um ambiente de degustação, incluindo o processo de torra no local. O imóvel mais imponente e portentoso de todo o projeto, com 12 portas e 24 janelas bem na esquina da Ouvidor com a Travessa dos Mercadores, pé direito duplo é uma fachada de tirar o fôlego – que será restaurada sob os auspícios do Iphan – foi ocupado por quase um século por uma empresa de venda de tecidos, e depois por fim acabou funcionando como bar e restaurante, ali na cara da Igrejinha dos Mercadores. Era o “Nova Geraes”.

17. Casa de Cultura Volta do Mundo – Rua do Rosário 24

A cultura afro-brasileira, especialmente a capoeira, será o foco central da Casa de Cultura Volta do Mundo. Localizada na Rua do Rosário, 24, o espaço de economia criativa promoverá eventos ligados à democratização artística carioca e oferecerá cursos para promoção da cultura afro-brasileira. O espaço surge onde funcionava o Bar Belmonte, badaladíssimo, que fechou quando seu fundador comprou o imenso Cais do Oriente, que fica exatamente ao lado e tem pelo menos 5 vezes o seu tamanho.

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1 COMENTÁRIO

  1. O Rio de Janeiro tem que se separar do Brasil.
    Não podemos, e não devemos, mais sustentar o Brasil com os nossos lucros do petróleo e gás. Chega de vermos municípios de estados que se beneficiam com os lucros bilionários do nosso petróleo e gás (como SP, MG e Sul do Brasil) mais que os nossos municípios, nosso estado e nossa população fluminense.

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