Projeto que aumenta a pena para quem oferecer álcool ou drogas a crianças e adolescentes é aprovado

Atualmente, a pena prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é de detenção de 2 a 4 anos e multa

PUBLICIDADE
Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
Laura Carneiro (PSD-RJ) - Zeca Ribeiro

Foi aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (25/03), o Projeto de Lei 942/24, da deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ), aumentando a pena para quem oferecer drogas, incluindo álcool, a crianças e adolescentes. Atualmente, a pena prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é de detenção de 2 a 4 anos e multa.

PUBLICIDADE

Deve ser punido, de forma mais contundente, quem vender ou entregar, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou qualquer produto cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica“, afirmou a parlamentar.

O projeto original previa aumento em dobro da pena, o texto aprovado determina aumento de 1/3 à metade se a criança ou o adolescente utilizar ou consumir o produto.

Laura Carneiro explicou que, hoje, o crime não exige que a criança ou o adolescente consuma a bebida. “Mas não há como ignorar que se apresentam muito mais graves, a demandar uma punição mais elevada, os casos em que essa utilização ocorre efetivamente”, ressaltou.

Os números são alarmantes, segundo ela.  No Brasil, 26,8% dos jovens entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool em 2021, semelhante ao índice mundial de 26,5% (OMS, 2018). A edição mais recente da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, mostra que 63,3% dos meninos e meninas dos 13 aos 17 anos experimentaram bebidas alcóolicas. Entre os que estão na faixa de 16 e 17 anos, o resultado chegou a 76,8%.

Mais de um quarto dos adolescentes entre 15 e 19 anos são consumidores de bebidas alcóolicas. E 47% deles já ficaram embriagados pelo menos uma vez. Um dado que chama muito a atenção é que 39,2% dos adolescentes experimentaram álcool pela primeira vez em casa, com familiares.

O cérebro humano se forma completamente até os 20 anos. “O uso de qualquer droga nesse período, certamente, vai interferir na sua vida adulta”, diz a deputada Laura Carneiro, baseada em estudos científicos.

O Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA) dos EUA descreve algumas das sérias consequências em crianças e adolescentes, como: bebida alcoólica está mais associada à morte do que todas as substâncias psicoativas ilícitas, em conjunto; os acidentes automobilísticos associados ao álcool são a principal causa de morte em jovens de 16 a 20 anos; estar alcoolizado aumenta a chance de atividades sexuais sem proteção, de violência sexual, maior exposição às infecções sexualmente transmissíveis e a risco de gravidez; a dependência de álcool leva a déficit de memória e queda no rendimento escolar, o que pode diminuir a autoestima do jovem e levar ao envolvimento em cadeia com outras substâncias psicoativas; ainda que não haja abuso ou dependência, o jovem frequentemente associa lazer à bebida alcoólica, ou só consegue vivências afetivas e sexuais se beber.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
diario do rio whatsapp Projeto que aumenta a pena para quem oferecer álcool ou drogas a crianças e adolescentes é aprovadoddr newsletter Projeto que aumenta a pena para quem oferecer álcool ou drogas a crianças e adolescentes é aprovado

2 COMENTÁRIOS

  1. A pena é de 2 a 4 anos oferecer, mas agora passará a ter acréscimo de 1/3 se a criança é adolescente vir a consumir…
    Se comparado com outros crimes vemos a desorganização que está a legislação penal. Quem furta, rouba pega pena ainda menor que essas, mesmo ainda se vítima uma criança ou adolescente…

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui