Jovens crescendo como multiplicadores de conhecimento e agentes de transformação em suas comunidades. Esse é o propósito do “Redes Afirmativas – Se A Favela Fosse Minha”. Realizado pela Associação Brincar e Crescer (ASBRINC) a partir do financiamento do Fundo de Solidariedade Casa Madre, o projeto consiste em uma formação completa através da qual jovens de quatro comunidades (Alto da Boa Vista, Borel, Salgueiro e Vidigal) contaram com suporte em educação e pesquisa para trabalharem em rede no diagnóstico de problemas nas suas localidades e na elaboração de planos de intervenção que possam contribuir para solucioná-los.
“A metodologia utilizada no Projeto Redes tem base na Metodologia de Projetos de Trabalho do educador espanhol Fernando Hernández, unida à funcionalidade e inovação das ferramentas digitais. Nos projetos de trabalho, o conhecimento é visto como um processo global construído numa relação entre os aspectos cognitivos, emocionais e sociais, através do qual o aluno aprende protagonizando as etapas da construção do conhecimento, estabelecendo relações, confrontando, vivenciando emoções e experiências. Tomando decisões diante dos fatos, os alunos vivem a experiência de intervir na realidade tornando-se sujeitos de seus processos de aprendizagem“, explica Melissa Arievo, coordenadora geral do projeto.
A partir desta premissa, os jovens passaram por três etapas de desenvolvimento: “Diagnóstico”, “Laboratório de Projetos” e “Ação no Território”. O projeto teve início em junho de 2021 e atualmente os jovens bolsistas concluíram o diagnóstico sobre suas comunidades, elaboraram projetos, propondo ações de intervenção a fim de colaborar para a solução dos problemas identificados na primeira etapa, e estão finalizando a etapa Ações no Território, executando suas propostas.
“O conjunto de projetos tem como principal qualidade colocar os jovens para dialogarem em seus territórios e compartilharem suas metodologias de coleta de dados com os seus colegas, fazendo com que essas experiências em rede exponham um panorama das urgências passíveis de soluções criativas que movimentam a cultura e a economia das favelas cariocas. E, em se tratando de favelas estratégicas por suas contribuições na história do Rio de Janeiro, o resultado desses trabalhos pode ser o ponto de partida para a implantação de políticas públicas pensadas para as comunidades”, afirma o educador e cineasta Clementino Junior.